Centenas de pessoas despedem-se de “um dos quatro pais da democracia”

Depois de uma missa celebrada pelo bispo auxiliar de Lisboa, o corpo de Freitas do Amaral foi a enterrar, neste 5 de Outubro, em Cascais.

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A urna coberta pela bandeira nacional NUNO FERREIRA SANTOS
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Marcelo Rebelo de Sousa, acompanhado pelo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, na cerimónia fúnebre NUNO FERREIRA SANTOS
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João Gomes Cravinho e Assunção Cristas NUNO FERREIRA SANTOS
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A mulher e os filhos de Freitas do Amaral NUNO FERREIRA SANTOS
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Marcelo Rebelo de Sousa entrega a bandeira a Maria José de Matos NUNO FERREIRA SANTOS
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Ricardo Salgado esteve presente no Cemitério da Guia NUNO FERREIRA SANTOS

Debaixo do olhar atento, e triste, de centenas de pessoas, incluindo turistas, a urna que transportava Diogo Freitas do Amaral entrou este sábado à tarde no carro funerário coberta pela bandeira nacional e adornada com cinco botões de rosa brancos – um por cada filho e mais um pela mulher. O cortejo fúnebre saiu depois do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, e seguiu, em marcha lenta, pela Avenida da Índia rumo ao cemitério da Guia, em Cascais.

Várias vezes ministro e líder fundador do CDS-PP, Diogo Freitas do Amaral não teve direito a funeral de Estado, reservado para figuras da mais elevada hierarquia do Estado, mas quase. O velório realizou-se na sexta-feira e no sábado, e contou com a presença das mais altas personalidades do país, anteriores e actuais, que fizeram questão de se despedir da família e de “um dos pais da democracia”, como foi repetido. 

“O Presidente da República manifesta o seu mais fundo pesar pelo falecimento de Diogo Freitas do Amaral, um dos quatro Pais Fundadores do sistema político-partidário democrático em Portugal, como Presidente do Centro Democrático e Social”, escreveu, por exemplo, Marcelo Rebelo de Sousa numa nota publicada no site da Presidência logo no dia da morte. Um “contributo único, apenas partilhado em importância fundacional com Mário Soares, Francisco Sá Carneiro e Álvaro Cunhal – cada qual a seu modo”, acrescentou.

À porta dos Jerónimos, a segunda figura do Estado, Eduardo Ferro Rodrigues, elogiou também o seu “papel fundamental na construção do regime democrático”. “O que é facto é que o aparecimento do CDS foi aquilo que permitiu que, em Portugal, até hoje a extrema-direita não tenha qualquer participação nas instituições democráticas”, disse ainda. E, apesar do período ser de reflexão, Ferro acrescentou: “Esperemos que até amanhã”. 

Na missa, celebrada pelo bispo auxiliar de Lisboa,D. Joaquim Mendes, na Igreja de Santa Maria de Belém (nave central do Mosteiro dos Jerónimos), marcaram presença familiares, amigos, conhecidos, altas individualidades do país, adversários políticos e 20 professores catedráticos, envergando as suas becas. À mesma hora, Marcelo Rebelo de Sousa devia estar na cerimónia de elevação de D. Tolentino de Mendonça a cardeal, no Vaticano, mas devido à amizade de 50 anos com Freitas do Amaral, decidiu ficar em Lisboa.

Uma guarda de honra, constituída por uma companhia conjunta a três pelotões, estandarte nacional e banda da armada esperava a chegada do cortejo fúnebre a Cascais. A entrada do féretro no cemitério foi acompanhada pela marcha fúnebre e, depois, por três salvas de G3, seguidas por 19 salvas de artilharia executadas pelo exército, como informou a Presidência da República.

Os jornalistas puderam acompanhar as cerimónias fúnebres até ao momento em que a bandeira nacional que cobria a urna foi retirada, dobrada e entregue à família, após uma curta oração e a bênção do corpo. Os restantes momentos foram reservados.

Freitas do Amaral morreu esta quinta-feira, dia 3 de Outubro, em plena campanha eleitoral. O professor catedrático de Direito e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, de 78 anos, estava internado há mais de três semanas (salvo uma curta interrupção).

O facto de o seu funeral se ter realizado neste sábado, dia em que foi decretado luto nacional, teve implicações nas cerimónias do 5 de Outubro – a bandeira só foi hasteada até meio –, já de si muito limitadas por causa de ser também dia de reflexão nacional. Este ano não houve discursos e o evento, na Praça do Município, em Lisboa, durou apenas trinta minutos.

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