BE: não é pessoal. O PS não gosta das políticas do Bloco

Catarina Martins esteve na greve climática global, em Braga. Em Viana, Pedro Filipe Soares explicou que “não é por uma questão de relações humanas” que os bloquistas ficam “chateados” com o PS.

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Catarina Martins (BE) LUSA/HUGO DELGADO

O Bloco de Esquerda subiu de Almada para Braga em dia de greve climática e alguns dos seus dirigentes fizeram questão de participar num dos vários protestos espalhados pelo país. Além de Catarina Martins, estiveram presentes o deputado Pedro Filipe Soares, o eurodeputado José Gusmão, os candidatos bloquistas pelo distrito de Braga, entre os quais Miguel Martins, o mais novo candidato do partido e número quatro pelo círculo eleitoral bracarense.

De manhã, como não houve agenda, o Bloco aproveitou o rescaldo do comício da noite anterior. No Twitter, a líder escreveu: “Ontem, em Almada, falámos sobre IVA da electricidade. O preço da energia neste país é um assalto. Sai do bolso de todas as famílias e de toda a economia”. E aproveitou para lembrar dois dos objectivos do partido nesta área. “Queremos fazer duas coisas: acabar com as rendas excessivas; e baixar o IVA da electricidade de 23% para 6%”, escreveu Catarina Martins.

A noite do Bloco de Esquerda terminou em Santa Marta de Portuzelo, no distrito de Viana do Castelo, onde o líder parlamentar bloquista, Pedro Filipe Soares, afirmou que o voto no partido “é a garantia que não há uma maioria absoluta”, defendendo que cada deputado perdido pela direita será um deputado do BE.

Pela primeira vez num período oficial de campanha legislativa, o BE promove um jantar-comício em Viana do Castelo, tendo sido traçado o objectivo de eleger, pela primeira vez, um deputado bloquista por este distrito.

Pedro Filipe Soares subiu ao palco com “recados” para a direita e para o PS. “Quando o PS, quando António Costa diz que não há forma de dizer se um voto no PS é ou não um voto para uma maioria absoluta, nós podemos com toda a certeza dizer: o voto no BE é a garantia que não há uma maioria absoluta”, assegurou.

Não é nada pessoal

Trate o PS o BE como tratar, “não é por uma questão de relações humanas” que os bloquistas ficam “chateados”, apontou o líder parlamentar.

“Nós sabemos que o que eles não gostam é das políticas que nós temos para impor, das políticas que nós representamos e das pessoas, das vidas, que nós queremos melhorar”, atirou, considerando que essa é uma “escolha fundamental no dia 6 de Outubro”.

Mas a direita foi o primeiro “alvo” político escolhido por Pedro Filipe Soares.

“Nós ouvimos ainda há dias Assunção Cristas acertar numa questão eleitoral, com medo, é certo, com receio de perder o seu espaço, mas dizia ela que cada voto perdido do CDS, cada deputado ou deputada perdida pelo CDS pode ser um deputado ou uma deputada para a esquerda”, relatou,

De Viana do Castelo, segundo o dirigente do BE, “o CDS elegeu um deputado, mas vai deixar de eleger”. Pedro Filipe Soares deixou o aviso: “um deputado ou uma deputada perdida pela direita é um deputado ou uma deputada do Bloco de Esquerda”. “É essa a força que nós estamos também a sentir aqui em Viana do Castelo”, declarou.

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