BE: excedente orçamental é prova de que se “pode e deve fazer mais”

Catarina Martins comentou o caso Tancos e disse que é preciso investir mais onde é essencial.

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Catarina Martins (BE) Pedro Fazeres

O caminho foi longo e implicou paragens em várias estações: transportes ferroviários, saúde, excedente orçamental e, inevitavelmente, Tancos. À boleia do comboio Intercidades, o Bloco de Esquerda aproveitou a viagem entre Faro e Lisboa para defender a sua proposta de investimento num Plano Nacional Ferroviário. Acompanhada por Mariana Mortágua e pelo deputado e dirigente bloquista Jorge Costa, Catarina Martins optou por preparar a agenda do dia e preteriu o contacto com os restantes passageiros. Mas foram as contas e o caso Tancos que marcaram o dia.

Se, ao início da manhã, Catarina Martins tinha recusado longos comentários sobre o tema por considerar que “não deve ser um caso de campanha”, o discurso da bloquista mudaria durante a tarde, já depois de serem conhecidas as acusações do Ministério Público. No final de uma visita ao centro de saúde da Moita, em Setúbal, Catarina Martins considerou que a possibilidade de os responsáveis políticos terem mentido numa comissão de inquérito é, por si só, “muito grave”. “O processo, a justiça o fará”, mas em “democracia ninguém está acima da lei”, vincou, repetindo as declarações que tinha feito até ao momento, desta vez num tom mais crítico. “Numas eleições para a Assembleia da República, saber se o que é dito numa comissão de inquérito por um responsável político é verdade ou não é relevante” para os eleitores, concluiu Catarina Martins.

Entre os temas do dia, o Bloco de Esquerda não deixou passar também os números do excedente orçamental nas contas do Estado conhecidos esta quinta-feira. A coordenadora do Bloco considerou que se “pode e deve investir mais onde é essencial”, nomeadamente no Serviço Nacional de Saúde. “Não é justo, não é equilibrado, que um país tenha um excedente orçamental e que o seu SNS tenha falta de investimento”, considerou a coordenadora do BE.

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