A ex-ministra da Defesa e antiga deputada europeia Sylvie Goulard é a proposta do Presidente francês, Emmanuel Macron, para integrar a próxima Comissão Europeia, chefiada por Ursula von der Leyen, anunciou nesta quarta-feira o Eliseu.

Sylvie Goulard era vice-governadora do Banco de França, cargo que ocupou depois de ter deixado o Governo do primeiro-ministro Edouard Philippe em Junho de 2017 devido a suspeitas de empregos fictícios por parte do seu partido, o MoDem, no Parlamento Europeu.

Apesar de não estar directamente implicada no caso, a sua escolha pode levantar críticas já que a investigação sobre este assunto ainda não terminou e a futura comissária europeia pode ser chamada a depor.

O MoDem, e os seus líderes, foram um dos apoios de primeira linha do movimento criado pelo Presidente Emmanuel Macron para ser eleito, fazendo com que as suas principais figuras fossem convidadas para integrar o Governo. Sylvie Goulard acabou numa pasta distante dos seus interesses, o Ministério da Defesa, onde apenas permaneceu um mês.

Apesar de a investigação ao MoDem ter sido a razão indicada pela antiga eurodeputada para sair do Governo, os jornais franceses dão conta que a rigidez das Forças Armadas franceses não agradaram a Goulard.

O Mediapart, primeiro jornal a sugerir há alguns dias que Goulard ia ser a escolhida pelo Presidente, lembrou que para além dessa investigação, a ex-ministra foi também conselheira especial do Instituto Berggruen entre 2013 e 2016, uma organização financiada por um magnata de Wall Street que dirige um fundo de investimento de alto risco com domicílio num paraíso fiscal. Um trabalho que manteve e declarou ainda como eurodeputada.

À semelhança da candidata portuguesa, Elisa Ferreira, Sylvie Goulard tem uma larga experiência europeia no campo dos assuntos económicos e monetários.

A francesa entrou no Parlamento Europeu em 2009 e ali se manteve até 2017, quando saiu para integrar o Governo francês. Sylvie Goulard é uma acérrima defensora das boas relações entre França e Alemanha, participando regularmente em cimeiras e encontros entre os dois países.

A lista de candidatos a comissários deve estar pronta até ao final de Agosto para, depois, ser discutida e votada no Parlamento Europeu.