Paquistão expulsa embaixador indiano por causa da Caxemira

Islamabad responde à revogação do estatuto de autonomia do estado da Caxemira pela via diplomática. Data da independência da Índia será assinalada como “dia negro” pelos paquistaneses.

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Manifestação pela Caxemira em Nova Deli Anushree Fadnavis/REUTERS

O Paquistão anunciou a expulsão do embaixador indiano em Islamabad por causa da revogação do estatuto da Caxemira, e que as relações diplomáticas com Nova Deli seriam “reduzidas”. O Comité de Segurança Nacional, presidido pelo primeiro-ministro Imran Khan, decidiu ainda suspender as trocas comerciais bilaterais e rever os acordos assinados com a Índia.

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O Paquistão anunciou a expulsão do embaixador indiano em Islamabad por causa da revogação do estatuto da Caxemira, e que as relações diplomáticas com Nova Deli seriam “reduzidas”. O Comité de Segurança Nacional, presidido pelo primeiro-ministro Imran Khan, decidiu ainda suspender as trocas comerciais bilaterais e rever os acordos assinados com a Índia.

Segundo o jornal paquistanês Dawn, 14 de Agosto, o dia da independência do Paquistão, será comemorado “em solidariedade com os cidadãos da Caxemira”, um estado de maioria muçulmana, que na partição da Índia britânica em 1947 optou por ser parte da Índia, um país de maioria hindu. Já o 15 de Agosto, dia em que a Índia comemora a sua independência, será para o Paquistão este ano assinalado como um “dia negro”.

“Todos os canais diplomáticos serão activados para expor o brutal regime racista indiano, as suas intenções e violações dos direitos humanos”, diz uma declaração divulgada após a reunião.

A disputa de Caxemira já motivou duas guerras paquistano-indianas, em 1947 e 1965, e um curto conflito, em 1999. E as escaramuças na fronteira são constantes. A decisão do governo nacionalista hindu de Narendra Modi, na segunda-feira, de aprovar um decreto a revogar o estatuto que conferia autonomia ao estado de Jammu e Caxemira, e de o dividir em dois “territórios” indianos – um muçulmano e outro, Ladakh, de maioria budista – pode fazer explodir mais um confronto entre dois Estados com armas nucleares. O grande resultado nas eleições de Abril e Maio de Modi, muito por culpa do atentado de um grupo paquistanês em Caxemira que permitiu aos nacionalistas exibir a força perante o inimigo Paquistão, abriu espaço ao Governo indiano para esta perigosa decisão. 

Mais de 100 políticos da Caxemira encontram-se em prisão domiciliária, e o território está sob recolher obrigatório e forte controlo das forças de segurança indianas.

Esta quarta-feira foi apresentada no Supremo Tribunal indiano a primeira petição para que seja retirado o decreto governamental que põe fim ao estatuto especial de Jammu e Caxemira, apresentado por um advogado, diz o site News18.com. Pede que o decreto seja considerado inconstitucional, defendendo que o Governo devia ter seguido a via parlamentar para alterar o artigo 370 da Constituição que lhe conferia alguma autonomia.