No dia do anúncio da “casa” nova, PSP do Porto queixa-se de “tarefas saturantes”

No aniversário do Comando Metropolitano do Porto, Isabel Oneto anunciou que obras nas novas instalações, no Viso, vão custar 14 milhões de euros e arrancam no próximo ano

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LUSA/ESTELA SILVA

A cerimónia era de celebração, nos 152 anos do Comando Metropolitano do Porto, mas nem tudo foram festejos. Aproveitando a presença da secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna, Isabel Oneto, o comandante da PSP do Porto, Paulo Lucas, alertou a tutela para o facto de o comando metropolitano ter de “afectar recursos a missões e tarefas saturantes” que, “apesar de não exigirem uma componente policial, implicam esforço adicional”.

Em causa, exemplificou, estão tarefas como despachos judiciais a exigir a execução de mandatos de condução de menores que já se encontram institucionalizados ou a condução a tribunal de arguidos sujeitos a medidas de coação de obrigação de permanência na habitação.

Isabel Oneto trazia notícias ansiadas: as obras das novas instalações da PSP do Porto, com um custo de 14 milhões de euros, devem começar no próximo ano.

O comandante da PSP do Porto, que tomou posse há menos de um ano, sublinhou que luta “diariamente com recursos limitados”. Por isso, disse, é urgente “consolidar prioridades” de forma articulada com o Ministério da Administração Interna e a Direcção Geral da PSP.

No Porto, referiu, houve nos últimos anos um “acréscimo de exigências” quer devido ao “incremento do fluxo turístico” quer pelo aumento de eventos culturais, políticos, desportivos os desportivos.

Isabel Oneto não se comprometeu com o reforço de meios e sublinhou que as reorganizações de tarefas “não acontecem por decreto”, mas afirmou que estas questões estão a ser “trabalhadas e debatidas”.

“É um trabalho que temos de fazer e desenvolver com outras entidades. Por exemplo pode estar e causa uma melhor articulação com as Polícias Municipais, cujo papel tem de ser valorizado. Estas soluções não podem ser implementadas por decreto. Temos de nos sentar. Temos de falar com as entidades envolvidas”, disse a secretária de Estado Adjunta.

Os autarcas da Maia e de Valongo queixaram-se recentemente do fecho das esquadras das suas cidades à noite. O caso, disse Isabel Oneto, está a ser acompanhado, mas “a população não está em risco”.

“Vamos ver, com o que for possível dos meios da parte do Comando ou através da Lei Sindical que permite um reforço de um ano de novos efectivos, o que é possível fazer”, disse Isabel Oneto que, questionada sobre se as esquadras vão reabrir à noite, não se comprometeu, mas deixou essa hipótese. “Eventualmente sim”, concluiu.

Rui Moreira, também presente na cerimónia, aproveitou o momento para voltar a falar de “um novo poder informal que se está a instalar” no Porto e noutras urbes. “É a liberdade que está em causa”, disse, citado pelo portal da câmara. Recentemente, numa reunião camarária, o autarca referiu a proliferação de gangues, clima de medo e problemas de segurança na cidade, atirando responsabilidades para o Governo, responsável pela segurança pública, e pedindo um reforço do policiamento. 

Isabel Oneto, lê-se no portal da autarquia, adiantou que está prevista a entrada de “6’ novos efectivos na PSP”. Mas não adiantou datas nem distribuição geográfica.

Recentemente, a Câmara do Porto cedeu dez veículos da Polícia Municipal à PSP para que esta possa fazer patrulhamento de proximidade.

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