Qualidade de Torres garantiu o octocampeonato à Espanha

Com dois golos do extremo do Valência no Estádio Republican, na Arménia, a selecção espanhola derrotou Portugal na final do Europeu de sub-19 e conquistou pela oitava vez o título.

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Ferrán Torres fez os dois golos da Espanha contra Portugal DR

Depois de perder a final em 2017 contra a Inglaterra, em Gori, na Geórgia, e de vencer há um ano a Itália, em Seinajoki, na Finlândia, Portugal voltou a dar-se mal com ares do leste europeu no jogo decisivo de um Campeonato da Europa de sub-19. Em Ierevan, capital da Arménia, a Espanha mostrou ter uma equipa mais madura e o extremo Ferrán Torres desequilibrou a balança a favor dos espanhóis: o colega de equipa de Gonçalo Guedes, que na época passada fez 37 jogos pela principal formação do Valência, bisou na final e garantiu o octocampeonato europeu à Espanha no escalão de sub-19 (2-0).

A 29 de Julho do ano passado, em Seinajoki, pequena cidade a norte de Helsínquia, uma geração portuguesa repleta de qualidade deu-se ao luxo de deixar de fora talentos como Diogo Dalot, Diogo Leite, Gedson Fernandes, Rafael Leão ou João Félix. Mesmo assim, Portugal tornou-se no primeiro país a conquistar de forma sucessiva um Euro de sub-17 e de sub-19. Dois dias antes de se completar um ano sobre esse feito, uma selecção portuguesa voltou a apresentar-se no jogo decisivo de um Europeu de sub-19 sem muitos dos seus principais trunfos, mas desta vez do outro lado estava uma Espanha praticamente na máxima força que mereceu reforçar a sua hegemonia no escalão: nas 18 edições da competição já disputadas, os espanhóis venceram oito.

Mesmo sem jogadores com o peso de Úmaro Embaló, Pedro Álvaro, Tiago Dantas, Nuno Tavares, Rafael Camacho, Tomás Esteves, Romário Baró, João Ferreira, Fábio Silva, Nuno Mendes, Eduardo Quaresma, Rafael Camacho ou Pedro Neto, Portugal realizou em Ierevan um torneio de qualidade, mas após três triunfos inequívocos - Itália, Arménia e República da Irlanda -, a diferença de rodagem entre os jogadores das duas equipas foi notória na Arménia.

Se do lado português apenas o boavisteiro Gonçalo Cardoso já tem no currículo jogos na principal equipa do clube que representa, nos espanhóis havia meia dúzia de jogadores (Ferrán Torres, Juan Miranda, Eric Garcia, Sergio Gómez, Abel Ruiz, Bryan Gil) com várias presenças na elite e foi o mais rodado em grandes palcos que fez toda a diferença: com 53 jogos disputados pela principal equipa do Valência nas duas últimas épocas, Ferrán Torres bisou na final e fez a diferença.

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O empate entre as duas selecções na fase de grupos dava algum alento a Portugal para a final, mas não apagava um estigma português nos duelos ibéricos em Europeus de sub-19: nos seis jogos anteriores, a Espanha tinha vencido quatro e empatado dois. E, apesar do arranque morno da partida, praticamente desde o apito inicial se percebeu que os espanhóis eram mais consistentes. Assim, com naturalidade, após ameaças de Moha Aiman e Sergio Gómez, o domínio da formação comandada pelo técnico Santi Denia foi premiado com um golo: aos 34’, Ferrán Torres aproveitou uma displicência colectiva de Portugal para colocar a Espanha na frente.

O golo não desviou o rumo do jogo um milímetro. De forma adulta, os espanhóis conseguiam controlar o ritmo da partida e impediam que João Mário e Félix Correia criassem desequilíbrios nas alas e, apenas seis minutos após o intervalo, a final ficou praticamente entregue. Novamente após uma jogada pelo lado esquerdo, a bola chegou novamente aos pés de Ferrán Torres e o talento do extremo valenciano fez o resto.

A partir daí, viu-se finalmente um pouco da qualidade portuguesa no ataque, mas o jogo já estava amarrado por Santi Denia. Félix Correia (53’) e Fábio Vieira (74’) ainda causaram calafrios ao blaugrana Arnau Tenas, mas o oitavo título europeu espanhol de sub-19 nunca esteve em causa. Um ano depois, a Espanha repete uma proeza de Portugal e conquista de forma sucessiva um Euro de sub-17 e de sub-19.

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