De Bacu a Seinajoki, o início da história de uma geração de ouro

Foi sofrido, mas muito merecido. Numa final muito emotiva, que apenas foi decidida no prolongamento, Portugal derrotou a Itália, por 4-3, e conquistou o Campeonato da Europa de sub-19.

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LUSA/KIMMO BRANDT

Em 2016, em Bacu, a final foi decidida nos penáltis. Espanha KO, título europeu de sub-17 para Portugal. Neste domingo, em Seinajoki, a final foi decidida no prolongamento. Itália KO, pela primeira vez o título europeu de sub-19 é de Portugal. Numa final de loucos, a selecção nacional ainda complicou o que chegou a parecer fácil, mas não deixou fugir uma proeza inédita: com a vitória frente à Itália, por 4-3, Portugal tornou-se no primeiro país a conquistar de forma sucessiva um Euro de sub-17 e de sub-19. A Europa rende-se a mais uma talentosa geração portuguesa.

É uma história de sucesso com 800 dias, mas que promete ainda estar no início. Depois de ter vencido em 2016, no Azerbaijão, o Europeu de sub-17, uma geração portuguesa repleta de qualidade festejou na Finlândia o título europeu no escalão de sub-19. Mesmo sem os mais consagrados jogadores nascidos em 1999 — Diogo Dalot, Diogo Leite, Gedson Fernandes, Rafael Leão e João Félix ficaram de fora da competição —, a jovem selecção portuguesa comandada por Hélio Sousa demonstrou ter qualidade em abundância e a ausência de uns foi a oportunidade perfeita para jogadores como Romain Correia, David Carmo, Rúben Vinagre, Florentino Luís, Domingos Quina, Francisco Trincão ou Jota.

No reencontro com a Itália, a única selecção que tinha vencido Portugal durante a prova, Hélio sabia que não podia contar com o guarda-redes Diogo Costa, que tinha sofrido uma lesão muscular na meia-final. No entanto, o técnico, que disputou em Seinajoki a quarta final à frente de uma selecção portuguesa jovem, teve mais uma má notícia: Miguel Luís, que tinha sido sempre titular, lesionou-se no aquecimento e foi substituído por Pina. O médio do Sion, que tinha apenas três minutos na prova, foi um dos melhores em campo na final.

Com José Gomes de regresso ao centro do ataque e os dois melhores marcadores do torneio nos flancos (Jota e Trincão), Portugal rapidamente criou uma mão cheia de oportunidades. Jota (1’ e 3’), Pina (11’), José Gomes (12’) e David Carmo (26’) estiveram perto do golo. Com Moise Kean, uma das estrelas transalpinas, no banco, os italianos mostravam receio e apenas aos 29’, com um remate de Frattesi, colocaram à prova João Virgínia.

Apesar da ameaça, a selecção nacional, que na fase de grupos tinha jogado mais de 80 minutos em inferioridade numérica, mostrava ser melhor e em cima do intervalo Jota colocou justiça no marcador: com a ajuda de Plizzari, o extremo colocou Portugal a vencer.

A perder, a Itália lançou Kean, mas os portugueses continuaram a mandar. Trincão ameaçou aos 57’, 59’ e 66’, e marcou aos 72’: após um remate de Jota, o extremo do Sp. Braga fez o 2-0. No entanto, após ganhar dois golos de vantagem, os portugueses pareceram perder a concentração e os italianos empataram em menos de dois minutos, com um bis de Kean Moise (75’ e 76’). Com a igualdade no final dos 90 minutos, a final foi para prolongamento onde Portugal voltou a assumir o domínio, chegando com justiça novamente à vantagem: aos 104’, Jota bisou e confirmou ser o melhor jogador da prova.

A Itália reagiu de novo e voltou a empatar, após Scamacca aproveitar um erro da defesa portuguesa, mas num jogo de loucos, quase na resposta, Pedro Correia fez o quarto golo português, garantindo a Portugal a conquista do Europeu.

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