Mercado residencial do Porto capta apenas 16% de compradores estrangeiros

a análise revela também que a habitação de luxo alargou da Foz para o centro da cidade, onde a zona dos Aliados apresenta o valor médio mais elevado, com 4.977 euros por metro quadrado

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Adriano Miranda

A maioria dos compradores de habitação para fins residenciais no Porto são clientes nacionais e apenas 16% são estrangeiros, revela um estudo divulgado nesta quinta-feira, que conclui ainda ser de 3617 euros o valor médio por metro quadrado no concelho.

“O mercado ainda pode crescer muito. Os investidores estrangeiros estão agora a chegar ao Porto. Ainda agora no dia 02 foi inaugurado um voo muito importante para nós, o Dubai, que vai trazer investidores com outra qualidade”, afirmou João Nuno Magalhães, director geral da Predibisa, consultora imobiliária que colaborou com a Câmara do Porto e com a promotora do mesmo ramo Avenue na realização do estudo.

“A análise feita determina que o mercado residencial da cidade capta apenas 16% de compradores internacionais, ou seja, a maior parte dos compradores são nacionais”, refere o estudo apresentado na Alfândega.

Intitulada “o Mercado Residencial no Porto”, a análise revela também que a habitação de luxo alargou da Foz para o centro da cidade, onde a zona dos Aliados apresenta o valor médio mais elevado, com 4.977 euros por metro quadrado, seguida da zona ocidental do concelho, com 4.970 euros, e a frente ribeirinha, que apresenta um preço médio de 4.203 euros.

Já o valor médio por metro quadrado no concelho do Porto fixa-se nos 3.617 euros, sendo que se regista “uma maior incidência de oferta de T1”, existente em cerca de 35% das habitações.

O estudo, que tem por base um levantamento “exaustivo” da oferta nos últimos três anos, incidiu em 247 empreendimentos, num total de 2.871 fracções, em cinco zonas diferentes da cidade -- Centro, “Riverside” (Ribeirinha), Zona Oriental, Zona Ocidental, e “Innovation District” (Paranhos e Ramalde) - salienta também que “o centro é a zona que concentra mais empreendimentos residenciais do Porto, com 117 para oferta e maior concentração na zona da Cedofeita”.

No centro, o valor registado por metro quadrado fixou-se nos 3.852 euros, apenas 6,5% acima da média da cidade.

No entanto, é também no centro que se concentra o maior número de microzonas, sendo estas 38% mais caras que o preço médio do resto da cidade, com uma média de 4.977 euros por metro quadrado.

Os indicadores trabalhados no estudo revelam também que 9% dos empreendimentos do Porto são localizados na zona “Riverside”, o que coloca esta área como uma nova zona de desenvolvimento, que liga o Centro à Zona Ocidental.

A “Riverside” é também a zona que apresenta o segundo valor médio de venda mais alto, com o preço médio 16% acima da média da cidade.

Já a zona Oriental dispõe de 17% da oferta total de empreendimentos, a um preço de venda de 3.043 euros metros quadrados, 16% abaixo do valor de referência, destacando-se a freguesia do Bonfim, que representa 71% desta amostra.

Ainda de acordo com o estudo, a zona Ocidental é aquela que apresenta o valor médio de venda por metro quadrado mais elevado, registando uma média de 4.790 euros por metro quadrado, cerca de 32% acima do valor de referência.

Aqui encontra-se 17% da oferta da cidade e é onde estão localizados os empreendimentos de melhor qualidade (74% de categoria A) e com a maior oferta de tipologia T4.

Já a microzona da Foz é a mais cara desta zona (valor médio de 5.526 por metro quadrado), sendo também aqui que se encontra 65% da oferta desta zona.

“O “Innovation District” representa 13% da oferta e tem um preço médio de 2.725 euros pró metro quadrado, 32% abaixo da referência da cidade, caracterizando-se por deter maioritariamente empreendimentos de grandes dimensões, com uma média de 25 fracções, e será a zona que terá a maior oferta no futuro”, detalha o estudo.

Em relação às perspectivas de evolução do mercado, o estudo antecipa que o Porto vai continuar a ver o seu mercado habitacional em evolução, sendo que no período 2020/2022 deverão estar no mercado cerca de 2.600 fracções, mantendo assim uma oferta em linha com os anos anteriores.

“Foram identificados quase 100 empreendimentos na cidade - cerca de 190 mil metros quadrados de área de construção - que estão no “pipeline” para os próximos anos e que irão manter a dinâmica do sector imobiliário residencial do Porto”, aponta o estudo.

Para a zona “Innovation District” prevê-se a maior área de construção - mais de 65 mil metros quadrados - e uma oferta de preço mais orientada para os compradores nacionais.

Já o centro continuará a concentrar o maior número de empreendimentos em fase de desenvolvimento, ou seja, com menos fogos por empreendimento, com oferta prevista para os próximos três anos.

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