Garrafas de vidro proibidas na Avenida dos Aliados durante a final da Liga das Nações

Para além da medida que proíbe as garrafas de vinho, haverá um reforço policial tanto no Porto como em Guimarães. A autarquia e a PSP decidiram que a Avenida dos Aliados vai ser de acesso exclusivo para adeptos da selecção nacional e que os adeptos holandeses ficam circunscritos ao Jardim Paulo Vallada.

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Adeptos no Porto LUSA/RUI FARINHA

A entrada de garrafas de vidro no perímetro da Avenida dos Aliados, no Porto, vai estar proibida para minimizar o risco de incidentes durante a final entre Portugal e a Holanda da Liga das Nações de futebol, que se joga este domingo. 

Numa conferência de imprensa convocada para o início da tarde deste sábado, no Centro de Gestão Integrada do município do Porto, o superintendente da PSP, Mário Pereira, explicou que a decisão foi tomada em conjunto com a Câmara Municipal do Porto, depois de alguns excessos cometidos pelos adeptos ingleses.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, acrescentou que a experiência acumulada na gestão de eventos como este, no caso particular das Festas de São João e da Passagem de Ano, mostra que são recolhidas cerca de 17 toneladas de vidro do chão, o que para além do impacto ambiental grande que tem, representa também um factor de risco acrescido.

Nesse sentido, esclareceu o superintendente Mário Pereira, vão ser montados seis pontos de condicionamento e revista, dois a norte, dois no centro e dois a sul, que vão vigorar entre o 12h00 e as 24h00.

“O que se pretende aqui é evitar que as pessoas transportem para dentro deste recinto objectos que possam ser considerados perigosos, nomeadamente garrafas de vidro, latas ou outros objectos que pela sua natureza possam vir a causar algum problema”, sublinhou aquele responsável, sublinhou que também a venda de garrafas de vidro e metal está interdita dentro deste perímetro.

Avenida dos Aliados fechada ao trânsito

Para além disso, autarquia e PSP decidiram ainda fechar a Avenida dos Aliados à circulação automóvel, no perímetro entre as traseiras do edifício da câmara municipal e a Praça da Liberdade, e a estação de metro da Avenida dos Aliados. Ainda segundo a PSP, a Avenida dos Aliados vai ser de acesso exclusivo para adeptos da selecção nacional, mas as autoridades podem permitir a entrada de outros adeptos após revista e averiguação da situação. Já os adeptos holandeses, cerca de 4 a 5 mil que são esperados, ficam circunscritos ao Jardim Paulo Vallada, o local definido pela PSP para a sua concentração.

“Na Alfândega haverá também uma infra-estrutura montada pela câmara, um ecrã gigante, que vai estar aberto à população em geral, independentemente do tipo de adeptos”, disse. A operação montada prevê ainda duas áreas para chegada de autocarros com adeptos, a Praça Velásquez para autocarros de adeptos da selecção portuguesa, e o parque da Bonjóia para autocarros de adeptos holandeses”.

“Ao nível da deslocação de adeptos, o plano definido passa pela linha dos combatentes que dá acesso a próximo da Praça Velásquez e temos também a linha do Dragão para dar acesso mais próximo ao jogo. É expectável que os adeptos holandeses possam utilizar também esta linha para aceder ao Jardim Paulo Valada”, salientou.

Segundo a PSP, é desta localização que vai partir uma fan walk até ao Estádio do Dragão, que vai ter três perímetros: o primeiro perímetro destinado a interdições rodoviárias; um segundo perímetro de acesso de pessoas titulares de bilhetes ou credencial e o um terceiro perímetro para entrar no estádio.

Reforço da segurança dos dois últimos jogos

“Amanhã [domingo], entre Guimarães e Porto, vão estar cerca de 2500 polícias a trabalhar na segurança das cidades e dos estádios, 1500 no Porto e cerca de 1000 em Guimarães, apoiados por 40 operacionais do INEM”, explicou o director do gabinete de imprensa e relações públicas da Polícia de Segurança Pública (PSP), intendente Alexandre Coimbra, em conferência de imprensa na sede policial de Guimarães.

As autoridades referiram que estão vendidos até ao momento 48 mil bilhetes para a final, a realizar no Estádio do Dragão (19h45), no Porto, com “maioria” de adeptos portugueses, mas sem especificar o número de holandeses, e cerca de 15 mil (11.000 ingleses e 3.000 suíços) para o jogo no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães (14h00).

Questionado sobre a presença de adeptos considerados perigosos em Portugal, nomeadamente ingleses ligados a movimentos de extrema-direita no seu país, Alexandre Coimbra confirmou a presença de adeptos com historial de problemas no âmbito de jogos de futebol.

Contudo, frisou que os que estão cá “foram autorizados a deslocar-se” e não impendem sobre eles as chamadas banning orders, que proíbem adeptos de assistirem a jogos de futebol em Inglaterra e de viajarem com esse intuito, tendo revelado existirem “cerca de 1500 adeptos ingleses” sob essa restrição. “[Os que estão cá com historial de problemas] Estão identificados e monitorizados pelos spotters portugueses e ingleses e estão a ser devidamente acompanhados e, se colocarem em causa a segurança de terceiros, agiremos”, disse.

Alexandre Coimbra informou ainda que houve a detenção de seis pessoas (quatro portugueses e dois ingleses), dois identificados (um inglês e um holandês), cinco feridos (dois polícias portugueses, um inglês e dois norte-americanos), onze vítimas de furtos (sete holandeses e quatro ingleses), além de “várias intervenções em pequenos focos de desordem, prontamente sanados”.

Acrescentou também que a intervenção policial sobre adeptos ingleses na Avenida dos Aliados, na quarta-feira. “Foi uma situação em que a PSP foi obrigada a intervir para impedir que escalasse e tomasse outras proporções, porque estava a haver uma desordem entre adeptos ingleses e de outras nacionalidades”, disse.

O responsável frisou que “foi um foco pontual, que resultou na detenção de dois adeptos ingleses” e que “infelizmente acontecem nestes ventos com uma grande concentração de pessoas”. Esses dois adeptos foram presentes a tribunal no dia seguinte, no Porto, e condenados a penas de multa de 400 e 600 euros, sendo que, quando regressarem ao seu país, deverão ser impedidos de assistirem a jogos de futebol durante alguns anos, informou Alexandre Coimbra.

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