Cristas foca-se nas pessoas e diz que o resto “são questões espúrias”

Presidente do CDS aproveitou as jornadas parlamentares para ensaiar o discurso, marcadamente social, com que vai disputar as legislativas.

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Assunção Cristas à conversa com o vice-presidente do CDS, Adolfo Mesquita Nunes, no encerramento LUSA/PEDRO GRANADEIRO

A líder democrata-cristã parte para o combate das legislativas centrada nas pessoas, porque, para Assunção Cristas, elas “estão em primeiro lugar, tudo o resto são questões espúrias”. Com as legislativas no horizonte, o CDS mostra-se empenhado em apresentar novas políticas e soluções que preparem o país e os portugueses para vencerem os desafios de um mundo em mudança.

“O mundo tem muitos desafios e riscos, mas também muitíssimas oportunidades e é nessas oportunidades, no desafio do clima, por exemplo, que queremos mostrar como o CDS tem uma voz singular, distinta, uma voz que olha para o país como um todo, e não apenas uma parte, que continua a acreditar que são as pessoas que transformam a realidade. São as pessoas que têm de estar no centro da actividade”, defendeu Assunção Cristas na sessão de encerramento das jornadas parlamentares, que decorreram segunda e terça-feira no Porto.

A presidente dos democratas-cristãos apresentou-se com um discurso muito focado nas soluções para resolver os problemas das pessoas e o lançamento da proposta sobre a saúde (primeiras consultas de especialidade no sector privado ou no social, se o público não as assegurar em prazo razoável) não deixa de ter um certo simbolismo na nova estratégia da líder que agora joga as fichas todas para recuperar da tragédia das europeias que atirou o partido para a sexta posição.

Não começamos pela saúde por acaso – foi um dos temas a que o CDS se dedicou mais nesta legislatura”, justificou a líder do partido, que assumiu um registo muito suave, longe da imagem confiante que foi construindo e da ambição de ser primeira-ministra.

Assunção Cristas explicou a importância de “colocar as pessoas no centro” de uma estratégia política. “Colocar as pessoas no centro é dar-lhes poder para desenvolverem a sua própria vida e para viverem os seus sonhos”, disse. E pediu “um país onde o Estado não coloque amarras, mas abra espaço para cada um decidir o que vai fazer no futuro, a profissão que quer, o quer vai estudar, as empresas que vai criar”.

“Os partidos à nossa esquerda não sabem lidar com o novo, com a mudança: têm medo dela. A mudança não é para se ir gerindo, é para ser vencida”, disse.

A líder do CDS reiterou que objectivo do partido “é tratar as pessoas com humanidade, com os direitos que têm” e que só faz sentido o país usar todas as suas “ferramentas” e meios se for para as pôr ao serviço delas. “Tudo o resto são questões espúrias. Quando estamos a falar da saúde e da vida das pessoas, tudo o resto são questões menores”, afirmou, deixando implícita uma crítica à discussão, em curso, no Parlamento, sobre a Lei de Bases da Saúde e à polémica entre o PS e os parceiros à esquerda em torno das parcerias público-privadas. A proposta da nova Lei de Bases da Saúde será discutida no Parlamento na próxima terça-feira.

No fecho das últimas jornadas parlamentares da legislatura, Assunção Cristas não esqueceu “o esforço, o empenho e a visão política de cada um dos deputados do CDS”.

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