Menezes acredita na vitória do PSD. Rio está firme, mesmo que europeias corram mal

Presidente do partido diz que “seria irresponsável” demitir-se a quatro meses das legislativas. Já Luís Filipe Menezes compara Paulo Rangel a um Ferrari e Pedro Marques a um calhambeque.

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LUSA/TIAGO PETINGA
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Com as sondagens a colocarem o PSD bem atrás do PS nas intenções de votos para as eleições europeias deste domingo, o partido liderado por Rui Rio dá o tudo por tudo na recta da final da campanha e até os ex-líderes vão aparecendo para dar um empurrãozinho ao candidato Paulo Rangel.

Rui Rio desvaloriza as sondagens (como sempre o tem feito) e deixa claro que não se demitirá se os resultados de domingo ficarem aquém das expectativas. De resto, sublinha, “seria irresponsável” demitir-se da liderança do PSD a quatro meses das eleições legislativas.

O ex-presidente da Câmara do Porto assume que manter os seis eurodeputados eleitos em 2014 “não é o resultado que nós esperamos”. “Um bom resultado é crescer bastante [em relação às últimas europeias] e um muito bom resultado” é vencer”, esclarece.

Esta não é a primeira vez que Rio afasta a hipótese de sair da liderança do partido, caso as europeias correrem mal ao PSD e ontem reafirmou isso mesmo, em declarações aos jornalistas na praia de Mira. “Acha minimamente sensato, estamos no fim de Maio, com eleições em Outubro e o Verão de permeio? Era um irresponsável se fizesse isso. Eu não ameaço com demissões por questões de interesse partidário, isso nunca faria”, disse, numa referência indirecta à ameaça de crise política desencadeada recentemente pelo primeiro-ministro, António Costa, por causa do descongelamento do tempo de serviço dos professores.

Ficou claro que para Rio as sondagens não são uma preocupação para a direcção nacional do PSD e declarou que o partido vai manter-se fiel ao guião desenhado para esta campanha. “Vamos continuar a fazer campanha de forma normal, a transmitir as mensagens que temos vindo a transmitir”, decretou.

As sondagens que apontam para uma diferença de dez pontos percentuais entre PS e PSD foram abordadas por Luís Filipe Menezes na intervenção que fez esta quarta-feira num almoço-comício, em Tondela.

Vaticinando uma vitória para o partido nas europeias, Menezes - que se reconciliou com Rio no conselho nacional de 16 de Janeiro, no Porto - elogiou Paulo Rangel e tratou de fazer comparações. “Se comparássemos o nosso cabeça de lista com o do Partido Socialista era a mesma coisa que comparar um Ferrari com um calhambeque todo arrombado a arrastar-se e a ser empurrado para conseguir andar meio metro”. Mas ao almoço não se falou só de sondagens e calhambeques, o tema do amor foi introduzido por Paulo Rangel quando criticou António Costa por ter “dois amores que em nada são iguais, uns são socialistas e outros liberais.”

Num tom crítico, o cabeça de lista às europeias acusou o chefe do Governo de “ser artista” e serviu-se da famosa canção que eternizou Marco Paulo para o atacar, dizendo que o PS de ter duas caras. “Mas há uma coisa que António Costa não pode fazer: não pode governar em Portugal com a extrema-esquerda e querer estar na Europa com os liberais e com o centro moderado”.

“Há duas caras no PS: uma cara em Lisboa e outra em Bruxelas. Em Bruxelas ou aliados serão uns, em Lisboa os aliados serão outros e eles são incompatíveis”.

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