Ponte pedonal vai ligar Praça de Espanha à Gulbenkian

Projecto contempla um “tabuleiro de elevada esbelteza” em aço e bronze.

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Ela já se entrevia nos vídeos e fotomontagens que a câmara de Lisboa mostrou há dois meses, mas agora conhece-se o projecto completo. Será assim a ponte pedonal da Praça de Espanha: uma estrutura comprida em aço e bronze que ligará a Av. António Augusto de Aguiar ao centro do futuro parque urbano.

Esta ponte pedonal, diz a memória descritiva, tem “o intuito de restabelecer o sistema perdido que ligava a Baixa lisboeta com Benfica através do caminho da Palhavã” e ressuscitar “os fluxos pedonais há muito perdidos entre a Praça do Comércio e Benfica”. Para tal socorre-se de “um tabuleiro de elevada esbelteza” que descreve “uma grande diagonal” desde os muros da Fundação Gulbenkian até ao centro da Praça de Espanha, onde bifurca. Um caminho levará ao jardim, outro acabará nas escadas de acesso ao metro.

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Resgatar a antiga Estrada da Palhavã foi uma das ideias que José Veludo mais realçou aquando da apresentação do projecto do novo parque urbano, em Fevereiro. O arquitecto do atelier NPK, que ganhou o concurso público promovido pela autarquia, disse nessa ocasião que a Praça de Espanha se vai tornar “um elemento de coesão do espaço público”, prolongando os jardins da Gulbenkian quase até Sete Rios.

“É indispensável que a acessibilidade ao parque seja segura e universal, transpondo as barreiras dos grandes eixos viários que se cruzam neste local”, diz a memória descritiva da ponte. “A solução agora apresentada resulta de uma reflexão em torno das condições específicas do atravessamento e da envolvente, incluindo o edifício da Fundação Calouste Gulbenkian e o Palácio de Palhavã, onde se localiza a Embaixada de Espanha.”

Quanto à arquitectura, o documento garante que se procurou desenhar uma ponte com “elegância e transparência”, suficientemente alta para não atrapalhar o trânsito nas avenidas Gulbenkian e António Augusto de Aguiar, em aço branco. “O guarda-corpos, que não tem funções estruturais, é em bronze.”

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Quando esta ponte estiver construída, algures em 2020, ela engrossará uma lista crescente de pontes pedonais que a câmara tem espalhado um pouco por toda a cidade. Recentemente ficou pronta uma estrutura deste tipo no final da Av. Gulbenkian, para ligar a estação de Campolide ao vale de Alcântara, e está em construção uma outra, por cima da Calçada de Carriche.

As obras de transformação da Praça de Espanha têm arranque prometido para o segundo semestre deste ano, com a implementação de um novo esquema viário formado por dois grandes cruzamentos entre as avenidas de Berna, Gulbenkian e António Augusto de Aguiar e entre as avenidas Santos Dumont, Columbano Bordalo Pinheiro e Combatentes. Estas mudanças no trânsito estão a preocupar os partidos da oposição, o ACP e também moradores da zona, que temem mais engarrafamentos e que as ruas próximas fiquem entupidas de carros.

Para a praça estão previstos vários edifícios, que não constam das fotomontagens. O Montepio, a Jerónimo Martins e o Instituto Português de Oncologia têm terrenos e projectos, mas desconhece-se ainda quando serão construídos.

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