PSG campeão em França: liberté, egalité, fraternité, cliché

O “gigante” de Paris confirmou um desfecho anunciado desde o início da temporada e teve um nome português envolvido neste sucesso. Neste domingo, conquistou o oitavo campeonato da história do clube.

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Mbappé, Neymar e Cavani, os três principais rostos do actual PSG. Reuters/BENOIT TESSIER

Este domingo foi dia de cliché: o PSG sagrou-se campeão francês – quase nem é notícia –, cunhando, ainda, outros dois vocábulos juntáveis ao lema da revolução francesa: probabilité e propriété. A autêntica propriedade que já tem no título gaulês, confirmando a enorme probabilidade de, em cada temporada, haver um PSG a celebrar no final.

Neste domingo, depois de três jornadas sem conseguir confirmar o título, o PSG não falhou, mas precisou de “ajuda”: o Lille não venceu em Toulouse, condição obrigatória para ainda poder fazer valer as parcas possibilidades de “roubar” o título ao PSG.

Com o empate do Lille - que teve Rafael Leão e José Fonte no “onze” -, haverá um PSG em festa a defrontar o Mónaco, neste domingo. Uma festa com simbolismo especial, já que será frente ao Mónaco, de Leonardo Jardim, a única equipa que foi capaz de quebrar a hegemonia recente dos parisienses. O PSG conquistou seis dos últimos sete campeonatos, um pecúlio interrompido pelo Mónaco, há dois anos. Neste domingo, conquistou o oitavo da história do clube.

Para o PSG, este título tem semelhanças evidentes com o da Juventus, conquistado também neste fim-de-semana. Duas equipas com amplo domínio interno confirmaram que não há quem lhes faça frente em Itália e França. No entanto, são duas equipas cujo “sabor” do título nacional sabe a pouco: a Juventus, com Ronaldo, e o PSG, com Neymar, estão “de olho” na Champions, objectivo que ambos voltaram a falhar, nesta temporada. No PSG há a agravante de o dinheiro da Arábia continuar a pouco valer nos duelos europeus.

Um português ao leme

Este sucesso do PSG tem vários nomes. Um deles é português. Antero Henrique é o director desportivo dos parisienses – depois de mais de uma década no FC Porto – e reclamará parte do mérito desta conquista.

No entanto, a bem da verdade, o percurso do português, no PSG, pode estar perto de terminar. A má relação com o treinador Thomas Tuchel – cujo futuro também não é certo – tem tirado a paciência aos responsáveis do clube e a imprensa francesa aponta que o final desta temporada coincidirá com o final da ligação de Antero Henrique ao PSG. O falhanço na contratação de Frenkie de Jong, a má relação com Rabiot e a intenção, pública, de ter Sérgio Conceição ou Villas-Boas em vez de Tuchel não abonaram a favor do dirigente português.

Para além de Antero e de Tuchel, há mais dois nomes essenciais neste título: Mbappé e Neymar. O primeiro, porque foi a grande estrela da equipa, durante a temporada, somando, na Liga francesa, 27 golos em 26 jogos. Aos 20 anos, já não há quem duvide de que Mbappé é o futuro do futebol francês.

Já Neymar também merece destaque, mas por motivos opostos: aquele que seria o centro de tudo o que poderia fazer este PSG acabou por estar fora do relvado durante grande parte da temporada. O brasileiro fez apenas 23 jogos, nos quais somou, ainda assim, um incrível registo de 20 golos. Também Cavani, com apenas 16 jogos na Liga, teve uma temporada bizarra: pouca participação, mas um impacto tremendo nos poucos jogos que fez: 17 golos.

O título do PSG não é notícia, mas há algo que é notícia: os parisienses igualam o número de títulos do Mónaco e do Nantes, ficam a um dos nove do Marselha e a dois dos dez do Saint Étienne.

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