Santana defende solução Portela/Alverca, em vez de aeroporto no Montijo

Líder da Aliança apela ao Governo para estudar esta solução: “Nunca é tarde” para voltar atrás.

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Pedro Santana Lopes Nuno Ferreira Santos

Pedro Santana Lopes quer reabrir o debate sobre o novo aeroporto em Lisboa, apesar de o Governo já ter assinado há três meses o contrato para a construção no Montijo. O líder da Aliança considera que há motivos que deveriam levar o Governo a estudar a solução da base de Alverca, com uma nova pista paralela à do aeroporto da Portela. A localização na margem norte do Tejo, com menos ruído, mais segurança e um valor de investimento equivalente são os argumentos que, para Santana Lopes, deveriam fazer parar para pensar.

“Não há nenhuma razão para que o Montijo seja preferível a Alverca”, afirmou Santana Lopes, em conferência de imprensa ao lado de José Furtado, ex-bastonário da Ordem dos Engenheiros que estudou a solução de Alverca através da construção de uma nova pista (uma parte no mouchão, outra parte no rio Tejo) paralela à da Portela. A conferência de imprensa decorreu no heliporto de Lisboa, no passeio marítimo de Algés, depois de uma visita de helicóptero à base de Alverca. Daí não foi possível uma aproximação a Algés pelo rio, na zona oriental de Lisboa, por causa do congestionamento de tráfego aéreo no aeroporto, o que era perceptível pelas comunicações via rádio.

Esta opção Portela-Alverca permitiria aliviar o tráfego do aeroporto Humberto Delgado “a curto prazo” e com um investimento semelhante (1150 milhões de euros) ao que será necessário fazer no Montijo para criar um terminal de passageiros, de acordo com os estudos já efectuados por José Furtado e que a Aliança acolheu.

A solução proposta prevê que Portela e Alverca ficassem ligadas por um shuttle (metro de superfície). Menos ruído, mais segurança (menos voos a sobrevoar zonas povoadas) e a ligação ferroviária a partir de Alverca são alguns argumentos apresentados por Santana Lopes em defesa desta opção, relativamente ao Montijo. Mas o mais forte é a localização. “É do lado de cá - do lado de lá também é Portugal, não é ‘jamais’ como alguém disse um dia”, ressalvou, sem deixar de vincar que a margem norte do Tejo representa 90% dos destinos dos passageiros do aeroporto de Lisboa.

Santana Lopes apela a que o Governo permita visitas ao fim-de-semana às bases de Alverca e do Montijo – “até se visita a residência de São Bento e o Palácio de Belém” – para as pessoas verem “o que é mais natural”.

Com o acordo para o Montijo já assinado há três meses, mas ainda sem o estudo de impacto ambiental concluído, o líder da Aliança sustenta que se justifica estudar uma nova solução, apesar do atraso na criação de um novo aeroporto em Lisboa. “Nunca é tarde demais para se admitir que a solução pode ser outra”, disse, lembrando o túnel do Marquês, uma das suas obras polémicas na capital enquanto presidente da câmara: “Toda a gente dizia que era impossível, que não ia servir para nada e hoje pensa-se o que seria Lisboa sem o túnel”.

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