Jerónimo sublinha “coesão” do PCP e nega rebelião contra a “geringonça”

Secretário-geral do PCP nega tempestade ou convulsão na reunião do comité central.

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Jerónimo de Sousa LUSA/Manuel Almeida

O secretário-geral comunista recusou nesta segunda-feira a ideia de haver uma rebelião interna contra o acordo bilateral com o PS que permitiu a denominada “geringonça” governativa, reiterando que o PCP está coeso para “avançar” e não “andar para trás”.

Em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, num intervalo da reunião do comité central do PCP, Jerónimo de Sousa respondeu aos jornalistas que a recente expulsão de um militante por críticas à posição actual do partido é uma “questão do foro interno”, rejeitando tratar-se de um fenómeno alargado.

“Quero dizer, com toda a franqueza, em relação a situações que possam existir, se houver um problema interno é no plano interno que deve ser discutido. A reunião do comité central foi tudo menos isso, uma reunião que está a correr a bom ritmo, a discutir os problemas do país, dos trabalhadores e do povo, um partido que está a discutir o reforço da sua organização”, disse, adiantando que há centenas de recrutamentos de novos militantes, “muitos deles jovens”.

O líder comunista assegurou que o ambiente é de “um quadro de grande coesão, numa perspectiva de andar para a frente e não andar para trás” e refutou a “ideia de que existe para aí uma rebelião com os resultados da nova fase da vida política nacional”, salientando medidas positivas para os trabalhadores e o povo, como a redução de preços dos passes de transportes públicos intermodais.

No sábado, o Expresso noticiou a decisão da comissão central de controlo do PCP de expulsar o militante e ex-responsável regional em Cascais Guilherme Antunes devido a “várias publicações nas redes sociais” contra a actual solução política de entendimento com os socialistas.

“Tenho lido, de facto, aí umas notícias. Designadamente, de que haveria uma tempestade ou uma convulsão na reunião do comité central. Desculpe desiludir, mas não houve nenhuma convulsão. Houve um processo, uma questão interna, que está resolvida pelos respectivos órgãos. Não pomos o pé no laço nessa coisa de o PCP vir para a praça pública discutir questões que são do foro interno. Houve o tratamento, houve a decisão”, continuou.

Segundo Jerónimo de Sousa “este posicionamento político” do PCP “teve o empenho, a saudação do colectivo partidário” e “o ambiente é de coesão, com as votações a indicarem precisamente isso”.

“Naturalmente, existem ainda problemas por resolver. É a mensagem que queremos transmitir: não é bom andar para trás, é preciso andar para a frente, avançar, porque foram claramente insuficientes, limitados, esses avanços, mas importantes”, afirmou, realçando a “reposição da esperança” em Portugal depois do Governo PSD/CDS-PP, além da “reposição de rendimentos e direitos”.

O secretário-geral comunista salientou que, “no partido, há uma grande identificação com o posicionamento, há unidade e há coesão” e que o PCP está pronto “para as batalhas que aí estão”.

“Aquilo que é verdade, neste partido, é, de facto, a sua coesão, determinação e unidade. Temos partido pronto para a luta, unido e coeso. Posso garantir isso com toda a sinceridade e verdade”, disse.

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