Um sábado “rico” que não guarda o melhor para o fim

Jogam-se neste sábado os três jogos de maior "cartaz" da jornada 27 da I Liga. O primeiro, em Braga, às 15h30, traz luta pelo título.

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O último jogo entre as equipas foi resolvido por Soares. LUSA/JOSÉ COELHO

Há quem diga que o preferível é guardar sempre o melhor para o fim, mas a jornada 27 da I Liga esgotará os “cabeças de cartaz” já neste sábado. Mesmo na organização dos horários do “dia gordo”, o melhor chegará logo no início: haverá Desp. Chaves-Sporting (18h) e Benfica-Tondela (20h30) – ambos com muita coisa em jogo –, mas só depois de terminado o Sp. Braga-FC Porto (15h30), partida em que a luta pelo título está directamente em jogo. 

Em Braga, haverá futebol com sol. Pouco depois da hora de almoço, o FC Porto visita uma equipa “do seu campeonato” – estão separados por cinco pontos –, mas que venceu apenas um dos últimos 14 jogos frente aos “dragões” (e os últimos quatro trouxeram derrota).

Na primeira volta, o FC Porto venceu o Sp. Braga, em casa, e aplicou a “receita” habitual: bola parada, cruzamento, força aérea e golo de cabeça, com “patrocínio” de Soares. Neste sábado, os minhotos terão de melhorar o seu jogo aéreo: os números dizem que o FC Porto é a equipa mais forte da Liga nesse capítulo (Abel abordou-o), enquanto o Sp. Braga surge apenas na segunda metade dessa tabela.

Ligando ainda o jogo da primeira volta ao que as equipas têm feito, no geral, pode prever-se um FC Porto a querer mandar no jogo – no primeiro duelo teve 60% de posse de bola – e um Sp. Braga expectante: os “dragões” são a equipa com mais posse de bola em jogos longe do “Dragão”, enquanto os minhotos, em casa, são apenas a sexta equipa com mais bola.

Para um jogo presumivelmente mais disputado num lado do campo – o FC Porto ataca, sobretudo, pela sua direita, enquanto o Sp. Braga o faz pela sua esquerda –, Sérgio Conceição e Abel Ferreira têm reforços. Os portistas deverão ter Corona em condições, depois do “bate-boca” entre Conceição e Tata Martino, seleccionador do México, enquanto Abel já poderá contar com Pablo, central que começou a temporada a titular, e que deverá substituir o lesionado Raúl Silva.

A talhe de foice, este jogo coloca frente a frente duas equipas que souberam ultrapassar derrotas duras: os minhotos venceram todos os jogos desde que perderam com o FC Porto, para a Taça de Portugal, enquanto os portistas também só vencem desde que foram derrotados pelo Benfica, no Dragão, para a Liga.

Benfica e Sporting mais “gordos”

Num sábado “gordo”, haverá “fartura” para Benfica e Sporting. Os “encarnados” recebem o Tondela, na Luz, e já poderão contar com Seferovic, João Félix e Jardel, jogadores que tiveram problemas físicos recentes. A ausência do suíço coincidiu, de resto, com uma quebra de rendimento ofensivo dos benfiquistas, ultrapassada no 4-0 aplicado ao Moreirense.

Haverá, portanto, um Benfica na máxima força – e “espicaçado” por um FC Porto-Sp. Braga do qual poderá ter algo a ganhar –, frente a um Tondela “de corda na garganta”. Os beirões não vencem há cinco jogos e têm, na jornada 27, uma oportunidade de ganhar terreno a um Desp. Chaves que defronta o Sporting, bem como a V. Setúbal e Feirense, que jogam entre si. A equipa de Pepa terá de fazer-se valer de um dado curioso: apesar da posição aflitiva na tabela, o Tondela é a quinta equipa com mais golos marcados fora de casa. E isto ganha outro significado sabendo que o Benfica entrou a perder em três dos últimos cinco jogos realizados.

Antes de tudo isto, em Trás-os-Montes, também haverá jogo entre “aflitos” e “tubarões”. O Sporting visita um Desp. Chaves em zona de descida, mas que bebeu a “poção da chicotada”. José Mota, com tradição a salvar equipas em dificuldades, substituiu Tiago Fernandes e estreou-se com uma vitória. É o reencontro entre os “leões” e o treinador que lhes “roubou” a Taça de Portugal, pelo Desp. Aves, em 2018.

Os números dizem que, de um lado, haverá um Desp. Chaves com apenas três vitórias em casa e pouco “abastado” em matéria de golos e de remates por jogo no Municipal de Chaves. Do outro lado, haverá um Sporting que é a equipa mais rematadora a jogar fora de casa, mas que já escorregou em Tondela, em Setúbal ou na Madeira, jogos de índole semelhante ao deste sábado. O Sporting venceu apenas uma das últimas sete visitas a Chaves, mas terá reforços: Bruno Fernandes já deverá estar apto para ir a jogo, depois da lesão que o afastou da selecção portuguesa.

Para Marcel Keizer, há, contudo, uma decisão a tomar: ir a Chaves na máxima força ou dar o título e a Champions como perdidos e poupar a equipa para a Taça de Portugal (há Sporting-Benfica na quarta-feira).

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