Moçambique adia recenseamento e deve adiar eleições devido ao ciclone Idai

Renamo é o único partido que se opõe à sugestão da Comissão Nacional de Eleições.

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Pessoas juntam os seus pertences em Matarara, na província de Manica ANDRE CATUEIRA/LUSA

A Comissão Nacional de Eleições de Moçambique (CNE) propôs adiar as eleições gerais, presidenciais e municipais de Outubro para Dezembro de 2019, devido às consequências do ciclone Idai. O início do recenseamento, que estava previsto para 1 de Abril, foi já adiado, sem que tenha sido indicada nova data.

Em conferência de imprensa em Maputo, o porta-voz da CNE, Paulo Cuinica, reconheceu não haver condições para realizar o escrutínio na região centro de Moçambique, afectada pelo ciclone, diz o site em português da emissora alemã Deutsche Welle (DW). “Se tivermos que mexer na data do início do recenseamento, vamos ter que mexer com todo o resto do calendário, e isso vai atirar-nos para lá de 15 de Outubro”, explicou.

O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) informou a CNE que a normalização das condições de vida das populações nas quatro províncias afectadas levará pelo menos três meses.

Dos três maiores partidos políticos moçambicanos, só a Renamo, a maior força da oposição, não concorda com o adiamento, diz a DW. O deputado António Muchanga, eleito pela Matola, nos arredores de Maputo, opõe-se ao adiamento do recenseamento. Sugere que se comece pelas regiões seguras, e depois se veja se é possível continuar.

O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) concorda com a proposta da CNE, mas disse temer que as eleições deixem de ser realizar este ano. Mas o porta-voz da CNE garante que as eleições serão realizadas ainda em 2019. “É um dado adquirido que teremos eleições este ano”, prometeu Paulo Cuinica.

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