FC Porto vence Sporting e isola-se na liderança do campeonato

"Dragões" levaram a melhor sobre os rivais, com um triunfo por 3-1. Portistas têm agora 49 pontos, mais três que os "leões". Miguel Albuquerque, director-geral das modalidades do Sporting, denunciou agressões na tribuna.

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Com o triunfo, FC Porto fica com três pontos de vantagem sobre o Sporting.

O FC Porto recebeu e venceu o Sporting por 3-1, na 20.ª jornada do campeonato nacional de hóquei em patins. Com a vitória deste sábado, os “dragões” isolam-se na liderança da prova, ficando agora com 49 pontos, mais três do que o Sporting.

Antes da partida, ambas as equipas afirmavam que o jogo seria decidido nos detalhes, e o encontro mostrou o equilíbrio espelhado pela classificação. Nos minutos iniciais, os “dragões” foram superiores ao Sporting, mas mais faltosos. Rafa e Reinaldo García foram os mais rematadores do lado do FC Porto. No Sporting, Pedro Gil, através de iniciativas individuais, e Henrique Magalhães, com recurso ao remate de meia distância, tentavam colocar os “leões” na frente do marcador.

O momento de maior perigo na primeira metade chegou aos 14’: Rafa, à meia volta, rematou contra o poste esquerdo da baliza de Ângelo Girão. O Sporting também esteve perto do golo, no mesmo minuto, mas Nélson Filipe esticou-se para defender com a máscara o remate de Toni Pérez.

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Gonçalo Alves inaugurou o marcador para os "dragões" JOSÉ COELHO / LUSA

A situação mais tensa da tarde aconteceu, porém, fora da pista e nos últimos minutos da primeira parte. Uma confusão entre os jogadores estendeu-se à tribuna do Dragão Caixa, com alguns confrontos entre elementos das duas equipas, que viriam a ser discutidos, mais tarde, na conferência de imprensa dos “leões”. Vários adeptos portistas tentaram, depois, invadir a área dos adeptos do Sporting, mas a pronta intervenção dos elementos de segurança impediram eventuais confrontos físicos. 

Guarda-redes em destaque

A emoção e os golos estavam reservados para a segunda parte. A décima falta dos portistas chegaria aos 33’. O espanhol Ferran Font tinha uma oportunidade soberana para inaugurar o marcador, mas não conseguiu concretizar. Nélson Filipe, com o ombro, conseguiu neutralizar a picadinha do espanhol.

Do outro lado, também o FC Porto foi perdulário: Gonçalo Alves, aos 35’, não conseguiu converter uma grande penalidade a favor dos “dragões”. O avançado portista encontraria a redenção dois minutos depois: novamente de penálti, Gonçalo Alves colocou a bola por baixo de Ângelo Girão e fez o 1-0.

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Sporting tinha vencido encontro da primeira volta frente ao FC Porto JOSE SENA GOULAO / LUSA

Após o golo “azul e branco”, os homens comandados por Paulo Freitas tentaram esboçar uma reacção. Depois de Hélder Nunes ter desperdiçado o livre directo que castigava a décima falta dos “leões”, Matias Platero teve a oportunidade de empatar a partida, mas não conseguiu encostar a bola para o interior da baliza.

O desacerto provou-se letal para o Sporting que, aos 46’, viu o FC Porto ampliar a vantagem. Um passe de Hélder Nunes deixou Poka com a baliza deserta. Bastou um encosto para o portista fazer o 2-0.

A cinco minutos do apito final, o jogo tornava-se ainda mais difícil para os “leões”: Ferran Font via o cartão azul e o FC Porto dispunha de um livre directo. Hélder Nunes não conseguiu ultrapassar Girão e, na jogada seguinte, o argentino Matias Platero fez o primeiro para os sportinguistas, reduzindo a desvantagem para 2-1, numa altura em que a formação “verde e branca” jogava em desvantagem numérica.

Com os lisboetas a arriscarem tudo nos instantes finais, prescindindo inclusive do guarda-redes para provocarem superioridade numérica na meia-pista contrária, Reinaldo Garcia, a 12 segundos do fim, sentenciou a partida (3-1), confirmando o comando isolado do campeonato para o FC Porto.

Miguel Albuquerque: “É uma vergonha"

Ainda antes de falar Paulo Freitas, técnico dos “leões”, foi Miguel Albuquerque, director-geral das modalidades do Sporting, a tomar a palavra. “Gostava de estar aqui a falar das melhores razões possíveis. É a segunda vez que venho ao Dragão Caixa e o que se passou aqui hoje nunca me tinha acontecido em 20 anos. Estava acompanhado de Nuno Dias, uma figura conhecida, fui verbalmente agredido ao longo da primeira parte e não estava presente um único elemento das forças de segurança. É incompressível ter sido agredido. É incompreensível agredirem senhoras que estavam connosco. É uma vergonha o que se passou. A pessoa que fez as agressões está perfeitamente identificada. O senhor Adelino Caldeira rapidamente o colocou fora do pavilhão, sabia quem era”, acusou.

Miguel Afonso, vogal do Conselho Directivo do Sporting, juntou-se ao coro de críticas, lamentando que o presidente da Federação Portuguesa de Patinagem (FPP) não tivesse estado presente na partida.

“Gostava, como representante do Conselho Directivo do Sporting, de deixar claro o nosso apoio à equipa de hóquei do Sporting. Tentaram fazer isto no Pavilhão da Luz, fizeram uma segunda tentativa em Oliveira de Azeméis e hoje finalmente conseguiram-nos deitar ao tapete. Mas vamo-nos voltar a levantar. Tenho pena que o presidente de Federação Portuguesa de Patinagem não tenha estado presente para ver este espectáculo. Talvez já estivesse a prever o que iria acontecer”, assinalou Miguel Afonso.

Freitas agradece, Cabestany elogia 

Com pragmatismo: foi desta forma que os dois treinadores analisaram o resultado do encontro (3-1). Com seis jogos para serem disputados, Paulo Freitas promete não desistir até ao último minuto do campeonato. "Vamos continuar o nosso caminho, com o mesmo espírito de conquista com que aqui entrámos. [Os adeptos] nunca deixaram de nos apoiar. Gostávamos muito de lhes ter dado um resultado diferente. Obrigado a todos os que aqui estiveram”. 

Por sua vez, Guillem Cabestany, técnico dos “dragões”, garante que a vitória foi conseguida com muito sofrimento, elogiando o espírito dos jogadores portistas: “Os detalhes [que decidiram o jogo] são as bolas paradas, mas isso são coisas concretas, acabam por nem ser detalhes. O que está claro é que foi um jogo muito equilibrado, conseguimos ganhar com muito trabalho, muito sofrimento. O Sporting conseguiu agarrar-se ao jogo quando estava em dificuldades. Sabíamos disso e conseguimos [vencer]”. 

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