Ferro pede "largas maiorias" na comissão de inquérito à Caixa

A comissão vai ter a primeira reunião na próxima semana, mas as primeiras audições só devem começar na segunda semana de Março.

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Daniel Rocha

O presidente da Assembleia da República pediu esta tarde aos grupos parlamentares que dignifiquem o Parlamento e tentem conclusões pelo menos com "largas maiorias". Ferro Rodrigues deu esta quinta-feira posse à comissão de inquérito à recapitalização e gestão da Caixa Geral de Depósitos.

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O presidente da Assembleia da República pediu esta tarde aos grupos parlamentares que dignifiquem o Parlamento e tentem conclusões pelo menos com "largas maiorias". Ferro Rodrigues deu esta quinta-feira posse à comissão de inquérito à recapitalização e gestão da Caixa Geral de Depósitos.

"A unanimidade numa comissão de inquérito é, porventura, inatingível, mas, se as grandes conclusões forem aprovadas por largas maiorias, será importante não só para este caso mas também para a dignificação da Assembleia da República", disse Ferro Rodrigues na tomada de posse da comissão.

Aos deputados, começou por brincar se esta seria a segunda ou terceira comissão sobre o banco público, mas disse acreditar que, desta vez, os deputados têm mais condições para conseguir melhores resultados, dado que já poderão ter acesso a documentação que não chegou a tempo da primeira comissão de inquérito, nomeadamente, referiu, a auditoria à gestão do banco entre 2000 e 2015 feita pela E&Y. Além disso, lembrou, "o acordo alargado para a constituição permite considerar que estão reunidas condições para que se vá mais longe", disse.

A comissão de inquérito que agora tomou posse, com Luís Leite Ramos do PSD como presidente, Fernando Rocha Andrade (PS) e João Almeida (CDS) como vice-presidentes, terá uma primeira reunião na próxima terça-feira. Nesse dia apenas para os membros da mesa e coordenadores, para que os grupos parlamentares comecem por dar os nomes das personalidades que querem ouvir e os documentos que querem receber. Na melhor das hipóteses, as audições deverão começar na segunda semana de Março. 

A decisão sobre os nomes não deve ser difícil, uma vez que os partidos já se entenderam sobre a criação da comissão de inquérito e todos querem ouvir os principais responsáveis da Caixa Geral de Depósitos, governos e do Banco de Portugal.

"O pouco tempo" disponível para os trabalhos foi notado pelo presidente da comissão, Luís Leite Ramos, que prometeu contribuir para a "dignidade" da comissão.