Projecto digital do Atlas do Património Cultural da CPLP vai ser apresentado em Abril

Esta plataforma deve ser desenvolvida "numa dupla perspectiva, identitária, mas também em prol do turismo", declarou esta terça-feira director do Instituto do Património Cultural de Cabo Verde, Hamilton Fernandes.

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Rui Gaudencio

O projecto digital do Atlas do Património Cultural da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) deverá ser apresentado na reunião dos ministros da Cultura desta organização, em Abril próximo, foi esta terça-feira divulgado.

O director do Instituto do Património Cultural de Cabo Verde, Hamilton Fernandes, que coordenou a reunião da comissão de Património Cultural da CPLP, que terminou esta terça-feira em Lisboa, falava aos jornalistas, tendo afirmado que o projecto vai ser apresentado aos ministros da Cultura que se reúnem em 13 de Abril, em Cabo Verde.

"O Atlas é um documento de suma importância, contendo as referências culturais dos nossos respectivos países", disse Hamilton Fernandes no final da reunião, adiantando que "o que se prevê nesta primeira fase é a disponibilização online das hiperligações que ficarão sediadas na plataforma da CPLP".

Esta plataforma deve ser desenvolvida "numa dupla perspectiva, identitária, mas também em prol do turismo", declarou.

Questionado sobre a Rede de Museus da CPLP, um dos pontos debatidos hoje à tarde, o responsável sublinhou que "é preciso ter em conta o estado de desenvolvimento de cada um dos países em matéria de património cultural e da gestão dos museus".

O responsável do instituto referiu que "a questão do património [cultural] é ainda um pouco relegado em detrimento de outras prioridades" nos países da CPLP, "sobretudo no continente africano".

O que saiu da reunião de Lisboa foi a criação de um grupo de trabalho, que vai apresentar as primeiras propostas também no dia 13 de Abril, em Cabo Verde.

O grupo de trabalho vai preparar "toda a documentação que vai submeter à Comissão do Património Cultural através do secretariado executivo" da CPLP, explicou.

"O que ficou aqui claro foi a necessidade de uniformizarmos e tentarmos trazer para o mesmo nível os países que ainda carecem não só de formação a nível de recursos humanos e de uma robustez organizacional interna para termos uma base de partida comum", disse.

O director do Património Cultural de Cabo Verde acrescentou que "uma das decisões saídas foi a de se trabalhar em bloco com os países de que têm um poder de decisão na UNESCO", a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.

O Brasil, que faz parte da CPLP, está actualmente sentado no comité de 21 Estados que decidem em matéria de Património Mundial.

Cabo Verde quer candidatar a morna a Património Imaterial da Humanidade e, nesse sentido, não só se espera do Brasil uma acção diplomática de influência, como "em bloco promover-se essa candidatura".

"Juntos, enquanto comunidade, temos mais possibilidade de maximizar os recursos internos deste grupo e [junto de] outros grupos/comunidades a que pertencemos", admitiu.

Hamilton Fernandes afirmou que "ficou claro a ideia de criar sinergias no que diz respeito ao património cultural, ao nível da formação, captação de recursos, [ou no] apoio nas legislações nacionais".

"Há aqui uma sinergia que pode muito bem ser maximizada em prol da comunidade, mas também de cada um dos países da comunidade", salientou ainda.

A CPLP reúne os países de língua oficial portuguesa: Portugal, Brasil, Cabo Verde, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Guiné-Equatorial e Timor-Leste.

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