Grupo vocal Segue-me à Capela cruza tradição e modernidade no D. Maria II

Último espectáculo musical do Festival Antena 2, as sete cantoras do grupo Segue-me à Capela actuam este sábado no Teatro D. Maria II, em Lisboa, com Amélia Muge por convidada. Na Sala Garrett, às 19h.

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Segue-me À Capela DR

O grupo vocal Segue-me à Capela, formado em Aveiro em 1999 e constituído por sete mulheres que trabalham “a música tradicional portuguesa usando a voz como instrumento principal”, apresenta-se este sábado na Sala Garrett do Teatro Nacional D. Maria II, às 19h, naquele que é o último espectáculo musical da 3.ª edição do Festival Antena 2.

Iniciado no dia 6, com concertos, performances, teatro e uma conferência (Inteligência Artificial, Desafiar o Futuro, também este sábado mas às 15h e no Salão Nobre), pelo festival passaram Os Músicos do Tejo, Banda Sinfónica da PSP, Quinteto À-Vent-Garde, Orquestra Metropolitana de Lisboa e o LUME-Lisbon Urderground Music Ensemble.

“Somos 7 mulheres e cantamos sons antigos e sons novos dessa arte fugidia com que se embalam os meninos, se encomenda a alma, se evoca o divino e o terreno, se espanta a fadiga, se anima o corpo, se alimenta o coração.” Assim se define o grupo que, nas suas apresentações, “se desdobra para recriar cenas de trabalho, romaria e também folia, cruzando o sagrado e o profano e ultrapassando limites geográficos e locais, navegando pelo galaico-português, pela diversidade do canto português e indo beber a árabes e judeus numa confraternização que o canto sabe juntar.” Em Dezembro de 2015 lançaram um CD-Livro intitulado San’Joanices, Paganices E Outras Coisas De Mulher, “dividido em 7 capítulos – tal como 7 são os dias da semana, as fases lunares, os pecados mortais, as notas musicais – com o nome de artes fugidias: artes, porque da arte de cantar se trata, fugidias porque, nunca imutáveis, abrem-se a novas explorações e experiências musicais.”

São essas “artes fugidias” que as sete cantoras do Segue-me à Capela (Ananda Fernandes, Catarina Moura, Joana Dourado, Mil Bom, Margarida Pinheiro, Maria João Pinheiro e Sílvia Franklin) levam ao D. Maria II, com Joaquim Teles (Quiné) nas percussões, António José Martins no som e a cantora e compositora Amélia Muge como convidada.

No repertório escolhido para este concerto incluem-se canções tradicionais da Beira Baixa, Beira Alta, Trás-os-Montes, Castro D’Aire, Algarve, Açores, além de dois temas sefarditas (Siñora novia e Hija mia). Com Amélia Muge cantarão um tema tradicional com música de José Afonso (Tu gitana), com arranjo de João Paulo Esteves da Silva; e Ovelhudas,  tema com letra e música de Amélia que foi incluído no disco do grupo, em 2015.

Sopa de Pedra no Capitólio

Uma semana depois deste concerto, um outro grupo coral de mulheres apresenta-se noutro palco de Lisboa, o do Capitólio: as portuenses Sopa de Pedra. Será no dia 16, sábado, às 21h30, e com as 10 cantoras do grupo estarão vários convidados: Amélia Muge, Cramol, Daniel Pereira Cristo, José Manuel David, José Salgueiro e Lula Pena. Este espectáculo assinala a reedição do elogiado álbum Ao Longe Já Se Ouvia, lançado em 2017.

Formado em 2012, no Porto, o grupo tem por base de trabalho a música de raiz tradicional, incluindo no seu repertório “música de tradição oral das várias regiões portuguesas, dos cânticos mirandeses de Trás-os-Montes às baladas açorianas, das cantigas de adufeiras da Beira Baixa ao Cante Alentejano, passando também pelo repertório de cantautores como Zeca Afonso, Amélia Muge, João Lóio ou grupos como Almanaque e GAC.”

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Sopa de Pedra DR

Depois se apresentarem em festivais como o Bons Sons, Andanças, Noite Branca de Braga, Primavera Sound, Festival de Músicas do Mundo, Small is Beautiful, “entre muitos outros concertos”, voltam agora aos palcos. E o Capitólio, em Lisboa, dá o “tiro” de partida.

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