Governo vai adquirir mais 200 veículos eléctricos. "Há muito para fazer"

Em reacção à notícia do PÚBLICO, o ministro do Ambiente afirma que está prevista para este ano a compra de mais 200 veículos eléctricos para a frota de automóveis da administração pública.

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Actual Governo não cumpre metas para carros poluentes nas novas aquisições Fernando Veludo/NFACTOS

O ministro do Ambiente e da Transição Energética, Matos Fernandes, admitiu este sábado que a frota automóvel do Estado "tem de se renovar" e afirmou que para este ano está prevista a aquisição de mais 200 veículos eléctricos para a administração pública.

"Há muito para fazer? Há. A frota de automóvel do Estado tem de se renovar? Tem. Mas só no ano passado foram 170 veículos eléctricos", disse João Pedro Matos Fernandes.

O governante, que falava aos jornalistas em Ovar, após a assinatura dos contratos das empreitadas de desassoreamento na ria de Aveiro, adiantou que, para este ano, está prevista a aquisição de mais 200 veículos eléctricos para a frota de automóveis da administração pública, no âmbito do programa eCoMove.

Questionado sobre se a frota automóvel seria renovada nos próximos quatro anos, o ministro afirmou que dificilmente, nesse período de tempo "a frota estará já com um grande grau de renovação".

"Esse é um grau de renovação crescente de veículos menos poluentes e sobretudo de veículos eléctricos. A maior parte dos veículos do Estado estão em entidades que fazem um reduzido número de quilómetros", frisou.

Matos Fernandes realçou ainda o financiamento por parte do Estado para a aquisição de 715 novos autocarros, parte deles para empresas públicas, e de 500 veículos para os serviços ambientais das autarquias.

"Sempre que é adquirido um automóvel para uma entidade pública, têm de ser abatidos dois. Se for um veículo eléctrico, não. Para cada um que se compra só tem de ser abatido um, sempre com mais de dez anos. Esta é uma regra do Orçamento do Estado e naturalmente é também um incentivo para que a renovação se faça, e se faça o mais rápido possível", acrescentou.

Estado ainda não dá o exemplo

O PÚBLICO noticiou este sábado que cerca de 73% das viaturas da administração pública directa e indirecta do Estado, incluindo gabinetes ministeriais, são a gasóleo, de acordo com o mais recente levantamento feito pelo Ministério das Finanças, que data de Dezembro de 2017. Nessa data, na frota do Estado, só existia um veículo a gás, 17 híbridos e 55 movidos a electricidade. O actual Governo não cumpre as metas para carros poluentes nas novas aquisições.

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Numa entrevista ao Jornal de Negócios, esta segunda-feira, o ministro do Ambiente e da Transição Energética afirmou ser “muito evidente que quem comprar um carro diesel muito provavelmente daqui a quatro ou cinco anos não vai ter grande valor na sua troca”.

Antecipando que, “até 2030, um terço dos automóveis ligeiros que circulam em Portugal serão automóveis eléctricos”, o governante disse acreditar que “daqui a quatro ou cinco anos um veículo eléctrico custará provavelmente menos do que custa um veículo a combustão”.

As declarações motivaram aplausos de organizações ambientalistas e críticas por parte de agentes do sector automóvel. O ministro reiterou o que disse: era "avisado fazer este aviso".

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