Número de mortos em explosão de oleoduto no México sobe para 94

Acidente de sexta-feira aconteceu em plena guerra entre o Governo e o crime organizado em torno do roubo de combustível.

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Na altura da explosão, cerca de 800 pessoas tentavam retirar gasolina do oleoduto Reuters/HENRY ROMERO

O número de pessoas mortas na explosão de um oleoduto no México, na sexta-feira passada, subiu para 94. A explosão aconteceu quando cerca de 800 pessoas tentavam retirar gasolina a partir de uma fuga num oleoduto em Tlahuelilpan, no centro do país.

O acidente de sexta-feira aconteceu em plena guerra entre o Governo de Andres Manuel Lopez Obrador e o crime organizado em torno do roubo de combustível, cujos efeitos se têm feito sentir um pouco por todo o país. Ao aumento dos preços nas últimas semanas soma-se a falta de gasolina em várias localidades, incluindo na capital.

A abertura do sector petrolífero ao investimento estrangeiro, decretada pelo ex-Presidente Enrique Peña Nieto, provocou um aumento do preço do barril e abriu portas ao florescimento do mercado negro, conduzido tanto por pequenos grupos de crime organizado (sucessores dos grandes cartéis de droga mexicanos) como por uma vasta rede clientelar dentro da própria companhia nacional Pemex.

De acordo com o Governo, a apropriação ilegal de gasolina custou à volta de três mil milhões de dólares (cerca de 2,6 mil milhões de euros) aos cofres do Estado, só em 2017 e 2018. 

Para compensar o corte nos oleodutos, foram colocados cinco mil camiões adicionais nas estradas, cuja tarefa é atestar 11 mil bombas de gasolina em todo o país. Mas o plano, que é 14 vezes mais dispendioso do que o modelo anterior, está longe de responder à procura nacional, calculada pelo Ministério da Energia em 1,18 milhões de barris diários.

Em vários estados do país, incluindo na Cidade do México, verificaram-se longas filas de veículos e pessoas junto às estações de serviço e algumas delas ficaram mesmo sem possibilidade de adquirir combustível.

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