Sousa quer melhorar registo diante de Nishikori

Número um português eliminou Philipp Kohlschreiber e está de novo na terceira ronda do Open da Austrália.

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LUSA/RITCHIE TONGO

Vinte e oito ases de um total de 74 winners, 76% de pontos ganhos no primeiro serviço e 12 break-points anulados dos 14 que enfrentou são os números que atestam o elevadíssimo nível exibido por João Sousa na vitória sobre Philipp Kohlschreiber, que colocou o vimaranense, pela terceira vez, na terceira ronda do Open da Austrália. A juntar aos números, acrescem o sentido táctico, a capacidade física e a mentalidade competitiva que soube manter em níveis muito altos durante as mais de quatro horas de jogo.

“Muito contente pela vitória e pelo nível que exibi, frente a um grande jogador. Acho que o nível de ambos foi notório. Contente por saber manter essa intensidade e esse nível durante cinco sets, que foram muto exigentes, tanto a nível físico como a nível táctico e mental, e no quinto set consegui servir muito bem, estive muito sólido. Houve uma paragem no final do terceiro set, que o favoreceu um bocadinho. Voltou mais forte, a responder muito bem, mas consegui manter-me focado, estável e jogar a um grandíssimo nível. Estou contente por estar mais uma vez na terceira ronda num Grand Slam”, afirmou Sousa (44.º), depois de ultrapassar Kohlschreiber (34.º), por 7-5, 4-6, 7-6 (7/4), 5-7 e 6-4.

O contentamento foi extensivo a Frederico Marques, mas o treinador do número um português faz questão de manter os pés bem assentes no chão: “É uma boa vitória, mas não passa disso. Ainda falta muito trabalho para poder estar entre os melhores em termos de nível e, com isso, de ranking. Hoje, o João jogou num dos campos mais rápidos do complexo – Melbourne Park tem vários courts de piso rápido, mas alguns mais rápidos do que outros e sabíamos isso porque treinámos nele ainda antes do torneio. Sabíamos que deveríamos ser fortes no serviço e na direita paralela e foi o que aconteceu. O João foi fiel aos padrões dele, fiel ao jogo dele e acabou por conseguir vencer”, explicou.

Sousa repete a presença na terceira ronda em Melbourne, após ter sido eliminado por Andy Murray, em 2015 e 2016. No sábado, espera-o outro top 10, Kei Nishkori (9.º). O japonês tem estado longe de impressionar e, nesta quinta-feira, esteve perto de ser eliminado, quando Ivo Karlovic (69.º) serviu a 7/6 no tie-break decisivo. O croata de 39 anos somou 59 ases, mas não encontrou o 60.º e os derradeiros quatro pontos foram para Nishikori, que venceu, por 6-3, 7-6 (8/6), 5-7, 5-7 e 7-6 (10/7). O japonês ganhou as duas rondas em cinco sets, tal como Sousa, mas conta com quase menos duas horas passadas nos courts de Melbourne.

A exaustão de Dominic Thiem

Novak Djokovic reencontrou na Rod Laver Arena Jo-Wilfred Tsonga, 11 anos depois da final do Open, onde o sérvio conquistou o primeiro dos 14 títulos do Grand Slam e o francês teve a sua única presença no derradeiro dia de um major. O desfecho foi o mesmo, com o líder do ranking a vencer, por 6-3, 7-5 e 6-4, preparando-se agora para defrontar o espectacular teenager Denis Shapovalov (37.º).

O quadro masculino perdeu Dominic Thiem (8.º), que desistiu exausto – consequência dos cinco sets disputados com Benoit Paire na ronda anterior – quando Alexei Popyrin (149.º), vencia por 7-5, 6-4 e 2-0.

No torneio feminino, Naomi Osaka (4.ª), Elina Svitolina (6.ª), Serena Williams (16.ª) e Madison Keys (17.ª) venceram em dois sets. Já Simona Halep cedeu um set a Sofia Kenin (56.ª), o mesmo acontecendo a Karolina Pliskova (7.ª). Da nova geração de jogadoras, somente a ucraniana Dayana Yastremska (18 anos) contrariou o favoritismo das adversárias, ao afastar Carla Suárez Navarro (23.ª), por 6-3, 3-6 e 6-1.

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REUTERS/Edgar Su

A encerrar a jornada de quinta-feira, registou-se o encontro feminino com o início e final mais tardio na história do Open, disputado por Garbiñe Muguruza (18.ª) e Johanna Konta (38.ª), destinadas a fazerem horas extraordinárias. As duas jogadoras – que, em 2015, protagonizaram o encontro feminino mais longo do US Open (3h23) – entraram na Margaret Court Arena às 00h30 locais para saírem três horas depois, desta vez com a vitória de Muguruza, por 6-4, 6-7 (3/7) e 7-5.

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