Shapovalov perde mas já é uma estrela

Canadiano de 18 anos vai aproximar-se do top 50 do ranking quando terminar o Open dos EUA, que mantém Nadal e Federer em prova.

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LUSA/JUSTIN LANE

Em meados de Julho, Denis Shapovalov ocupava o 161.º lugar do ranking mundial. Depois de ganhar um challenger no Canadá, de ser o mais jovem semifinalista de sempre em torneios Masters 1000, em Montreal, e o mais novo desde 1998 a chegar aos oitavos-de-final de um Grand Slam, o canadiano de 18 anos vai surgir perto do top 50 quando a tabela ATP for actualizada, após a conclusão do Open dos EUA. Para trás ficam a eliminatória da Taça Davis, em Fevereiro — em que atingiu o árbitro com uma bolada, sem intenção —, e os 55 erros não forçados na derrota deste domingo, frente a Pablo Carreño Busta.

“Esse incidente da Taça Davis foi, provavelmente, a experiência que me deu mais maturidade desde que me tornei profissional. Fez-me focar no meu jogo e no aspecto mental da competição”, reconheceu Shapovalov. De facto, não foi maturidade que faltou ao canadiano no sétimo encontro neste Open dos EUA (venceu três no qualifying), nem determinação, nem ténis, mas sim experiência, diante de um Carreño Busta (19.º no ranking) muito sólido e conservador. Shapovalov assinou 54 winners e fez tantos breaks (três) como o espanhol, mas falhou nos jogos decisivos e perdeu: 7-6 (7/3), 7-6 (7/4) e 7-6 (7/3).

Carreño Busta volta aos quartos-de-final de um Grand Slam, três meses depois da estreia nesta fase em Roland Garros. Mas a ovação que Shapovalov recebeu à saída do Arthur Ashe Stadium confirmou que o ténis tem uma nova estrela.

A jornada de domingo começou como tinha acabado a anterior: chuva e tecto do Arthur Ashe Stadium fechado. Roger Federer entrou no maior court do mundo já com quase seis horas de ténis nas pernas, mas o estilo de Feliciano López (35.º), a quem já tinha ganho nos 12 duelos anteriores, encaixa na perfeição no jogo do suíço, que venceu, por 6-3, 6-3 e 7-5, em menos de duas horas.

Não foi por culpa de Federer, mas sim dos encontros anteriores que a jornada de sábado se prolongou até às 2h. Antes, a campeã júnior do Open de 2008, Coco Vandeweghe (22.ª), esteve praticamente três horas no court para derrotar Agnieszka Radwanska (11.ª), por 7-5, 4-6 e 6-4. E Rafael Nadal (1.º) que, mais uma vez, cedeu o set inicial, impôs-se ao argentino Leonardo Mayer (59.º), em 3h15: 6-7 (3/7), 6-3, 6-1 e 6-4.

E foi à 1h45 da manhã que Madison Keys (16.ª) se tornou na quinta norte-americana a marcar presença nos oitavos-de-final, depois de derrotar Elena Vesnina (18.ª), por 2-6, 6-4 e 6-1 — desde 2003 que não havia tantas jogadoras dos EUA nesta fase de um Grand Slam.

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