O Sporting explodiu com o muro em dois minutos

Depois de mais de uma hora a bater de frente no esforço defensivo do Feirense, os “leões” qualificaram-se para as meias-finais da Taça de Portugal com golos de Wendel e Bruno Fernandes.

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Bruno Fernandes e Wendel, os autores dos golos do Sporting frente ao Feirense LUSA/JOSÉ COELHO

O Sporting andou mais de uma hora a rondar a área do Feirense, a circular a bola para a frente, para trás, para a esquerda e para a direita. Era um muro erguido no Marcolino de Castro, daqueles com arame farpado e cacos de vidro, construído em altura e em profundidade, à prova de assalto. Foram precisos dois tiros de canhão para os “leões” triunfarem por 2-0 e seguirem para as meias-finais da Taça de Portugal, rumo a um duplo confronto com o Benfica com dois meses de intervalo, o primeiro em Fevereiro, o segundo em Abril.

À entrada para este terceiro embate com os “fogaceiros”, o Sporting estava na sua pior fase desde que chegou Marcel Keizer. Depois da derrota em Tondela e do empate caseiro com o FC Porto, o técnico holandês decidiu-se por alguns reajustamentos na equipa, com Raphinha a recuperar um lugar no ataque, Ristovski para o lugar do lesionado Bruno Gaspar e Salin a ocupar o seu papel de guarda-redes das Taças. Mas não andaria muito longe do que Keizer tem considerado como a sua primeira unidade.

E o Sporting precisaria de todo o seu poder de fogo perante um adversário que seguiria a filosofia do futebol defensivo total, que é aquela em que todos defendem e um ataca de vez em quando. Foi evidente o domínio “leonino” do jogo, mas o esforço defensivo do Feirense levava, invariavelmente, a melhor. E, da primeira vez que o Sporting conseguiu meter a bola na baliza, aos 34’, o lance foi anulado. A equipa de arbitragem, liderada por Fábio Veríssimo, entendeu que Bas Dost se apoiou num defesa adversário para se elevar no momento de cabecear para a baliza.

Pouco depois, o Feirense teve a sua primeira aproximação perigosa à baliza sportinguista. Também na sequência de um canto, Valência ficou na cara de Salin, mas o francês conseguiu fazer bem a mancha. Na outra baliza, Brígido também brilhou aos 44’, primeiro a desviar um remate forte de Bruno Fernandes, depois a defender a recarga de Bas Dost. E o Sporting chegava mais uma vez ao intervalo sem marcar, o que, na era Keizer, tem significado uma não-vitória.

O jogo não mudou de sentido na segunda parte, com os “leões” a manterem a pressão, sem que esta fosse acompanhada de pontaria. Tudo mudaria aos 64’. Wendel recebeu uma bola no lado esquerdo do ataque, decidiu-se pela jogada individual e imediatamente abriu uma clareira em frente à baliza. O jovem brasileiro aproveitou e disparou com acerto, naquele que foi o seu segundo golo com os “leões”.

A seguir-lhe o exemplo, dois minutos depois, esteve Bruno Fernandes, que beneficiou de um Feirense um pouco menos defensivo para ter tempo e espaço para aplicar o seu forte pontapé e deixar a eliminatória bem encaminhada.

Só depois da desvantagem relâmpago é que o Feirense criou algum perigo mas, desta vez, o Sporting foi competente na defesa, não sofreu golos pelo segundo jogo consecutivo e até deu para o reforço Luiz Phellype, com uma “bomba” que acertou no poste aos 83’, mostrar a Keizer o que poderá valer na segunda metade da época.

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