Emagrecimento e desempenho sexual: mais de metade dos produtos analisados pelo Infarmed são falsificados

Nos primeiros dias de 2019, o Infarmed anunciou que quatro produtos para emagrecimento eram ilegais por conterem substâncias que só podem ser usadas em medicamentos.

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Nos últimos anos foram analisados mais de 500 produtos nos laboratórios do Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed). Desses, mais de metade são falsificados. A maioria são produtos para emagrecimento ou para a melhoria do desempenho sexual, diz o Infarmed em respostas escritas enviadas ao PÚBLICO nesta sexta-feira.

"Estes produtos estão adulterados ou com substâncias proibidas ou com substâncias com actividade farmacológica, não declaradas no rótulo, que apenas podem ser utilizadas em medicamentos", detalha a entidade. 

Só nos primeiros dias de Janeiro, o Infarmed já emitiu avisos sobre quatro produtos para emagrecimento ("PowerFite", "Diet Slim""Redux -Redutor de Medidas" e "Composto Natural Dieta"). Todos por conterem substâncias ilegais que só estão autorizadas em medicamentos. 

No caso do "Redux - Redutor de Medidas", por exemplo, o Infarmed explicou que "as cápsulas contêm substâncias destinadas ao tratamento da hipertensão, obesidade, obstipação e ansiedade".

No primeiro semestre de 2018, o Infarmed emitiu 4229 pareceres: 1709 para reter produtos para destruição, cinco para recolha para colheita e 2298 onde aconselhava a devolução ao remetente. No total, foram retidas ou devolvidas ao remetente 212.070 unidades. Os números são superiores ao ano de 2017, quando a Autoridade Nacional do Medicamento emitiu 1418 pareceres e reteve ou devolveu 193.582 unidades.

A maioria dos medicamentos detectados nas alfândegas nacionais durante primeiro semestre de 2018 distribuem-se por várias categorias: disfunção eréctil (19,5%), sistema nervoso e psicofármacos (18,8%), analgésicos (8,9%), aparelho gastrointestinal, incluindo antidiabéticos orais e insulinas (4,4%). Em 2017, os medicamentos para a disfunção eréctil (19%) também estavam no topo da lista. Seguiam-se os analgésicos (19%), anti-inflamatórios (15%), outros (11%), medicamentos destinados ao sistema nervoso e psicofármacos (10%).

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