Há um avião norueguês "refém" no Irão há quase um mês

Um Boeing da Norwegian Air Shuttle que ligava o Dubai a Oslo foi forçado a aterrar no Irão devido a uma avaria. Acabou por ficar retido devido às sanções internacionais a Teerão.

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Um avião da norueguesa Norwegian Air Shuttle REUTERS

Há um avião norueguês ''preso'' há quase um mês num aeroporto no Irão. Um Boeing 737 MAX da Norwegian Air Shuttle com 192 passageiros a bordo descolou do Dubai, rumo a Oslo, no dia 14 de Dezembro. Menos de uma hora depois, a tripulação detectou uma falha técnica que obrigou a uma aterragem por precaução em Shiraz, do outro lado do Golfo Pérsico. Era a primeira vez que uma aeronave da segunda maior companhia área da Escandinávia e a terceira maior low-cost da Europa aterrava no Irão, país onde não opera.

Os passageiros e tripulação passaram a noite num hotel local e seguiram viagem para Oslo no dia seguinte, a bordo de uma aeronave de substituição. Mas o mesmo não aconteceu com o Boeing 737 MAX, recentemente fabricado e entregue à companhia norueguesa em Outubro. 

Na origem do problema estão as sanções impostas pelos Estados Unidos ao Irão. As peças necessárias para a reparação do avião não podem ser enviadas dos EUA para o Irão, uma vez que se encontram as empresas norte-americanas proibidas de vender aviões ou partes de aeronaves a Teerão.

Em Maio de 2018, Presidente Donald Trump retirou os EUA de um histórico acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano, que previa a prossecução deste para fins civis, e voltou a impor sanções a Teerão. 

Ao jornal dos Emirados Árabes Unidos The National, a companhia aérea norueguesa recusa-se a comentar o incidente, mas garante que estão a ser ponderadas várias opções para que o Boeing 737 MAX possa voltar a voar.

O mesmo jornal explica que os passageiros do voo não chegaram a ter os seus passaportes carimbados pelas autoridades iranianas, de modo a evitar dificuldades em eventuais viagens para os Estados Unidos.

São muitas companhias ocidentais a sobrevoar o Irão, um país atravessado por importantes rotas aéreas entre a Europa e a Ásia, mas são poucas as que operam voos para aquele país. British Airways, Air France e KLM tinham restabelecido recentemente as suas ligações a Teerão ao abrigo do acordo internacional rasgado por Trump, mas voltaram a suspender as rotas em 2018.

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