Maria Ana Bobone num Natal com piano, orquestra e convidados

A fadista Maria Ana Bobone volta a acompanhar-se ao piano, agora com orquestra e num concerto especial de Natal. Com ela, António Zambujo, Camané, Mikkel Solnado e Manuel Rebelo. No Casino do Estoril, esta sexta-feira, às 21h30.

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Maria Ana Bobone DANIEL ROCHA

Um ano depois de apresentar no Teatro de São Luiz um espectáculo onde o piano foi central, retomando o mote do seu disco Fado & Piano (2012), Maria Ana Bobone volta a acompanhar-se ao piano, agora com orquestra e mais convidados, num concerto onde também cantará alguns temas de Natal. E se em Dezembro de 2017 teve por convidados Camané, Artur Caldeira (guitarrista clássico) Maria Balbi violinista) e Manuel Rebelo (barítono), agora tem Camané e Manuel Rebelo, que bisam, a par de António Zambujo e Mikkel Solnado. Manuel Rebelo, no entanto, vem numa outra qualidade, como diz Maria Ana Bobone ao PÚBLICO: “Desta vez virá como maestro-cantor, a dirigir uma orquestra formada por ele, para a qual ele fez a maioria dos arranjos, e um coro”

Valorizar a música sacra

Não se trata, porém, de uma reformulação do concerto anterior. “É diferente, no sentido em que resolvi trazer para aqui, o que nunca fiz em Portugal [fê-lo no Qatar, em 2016, com a Qatar Philarmonic Orchestra], a versão orquestral do Fado & Piano. E vai ser bastante variado: vai ter fados tradicionais, fado ao piano com orquestra e também uma componente sacro-natalícia, onde vou cantar temas do meu disco novíssimo, Presente de Natal, lançado esta semana nas plataformas digitais e também com a revista Visão.” Disco “de música sacra com uma vertente natalícia”, tem temas como O Sanctissima, Amazing Grace, Kyrie, Panis Angelicus, Ave Maria, José Embala o Menino, Natal d’Elvas ou Senhora do Alentejo. “Ia fazer um disco duplo, mas como este “ficou pronto mais depressa, aproveitou-se esta oportunidade. E espero que chegue a muita gente.”

Maria Ana Bobone diz que já tinha esta ideia em mente há muito tempo. “Desde muito nova cantei sempre nas igrejas, e os miúdos nos coros das igrejas cantam músicas variadíssimas. Uma coisa que sempre quis fazer foi pegar nessas músicas, dar-lhes um tratamento mais cuidado e fazê-las brilhar de outra forma. Portanto, agarrei nalgumas músicas que se cantam ali, fiz um esboço e entreguei-o ao Manuel Rebelo, que o potenciou dez vezes com os seus arranjos, muito mais elaborado do que se faz nas missas mas com as músicas que se cantam hoje nas igrejas. Depois juntei-lhe temas de discos mais antigos, como Natal d’Elvas, a Ave Maria do Frei Hermano da Câmara ou uma música muito bonita chamada Luz terna e suave, para ficar mais abrangente.” Já Senhora do Alentejo é uma música recente, foi gravada com Vitorino e tem Inês Vaz no acordeão. “É uma versão mais rural, sem nada a ver com a sonoridade geral do disco.”

Novo disco em 2019

À parte isto, os convidados irão acompanhá-la em algumas canções. “Com o António Zambujo, aproveitando o lado alentejano dele, vou cantar uma moda, Meu lindo amor, e Rancho fundo, que é uma coisa que canto desde miúda e ele também canta com o Miguel Araújo. Com o Camané, vou cantar novamente Sei de um Rio e A Guerra das Rosas; com o Mikkel Soldado cantarei o dueto que fiz com ele, If the stars were to waltz, e o Silent night; e com o Manuel Rebelo vou cantar o Panis Angelicus.” O espectáculo é no Salão Preto e Prata do Casino do Estoril, esta sexta-feira, às 21h30. O próximo disco de Maria Ana Bobone, antevê ela, será publicado durante o ano de 2019.

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