Ex-sargento suspeito de passar informações aos ladrões de Tancos fica em prisão preventiva

Arguido entregou-se e foi ouvido por juiz de instrução criminal nesta quarta-feira, no Campus da Justiça, em Lisboa.

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Rui Gaudencio

O ex-sargento do Exército suspeito de ter passado informações aos ladrões de Tancos sobre a localização do material militar e a melhor forma de entrar nas instalações entregou-se nesta quarta-feira às autoridades. Encontrava-se de férias em Espanha quando os restantes oito suspeitos foram detidos pela Polícia Judiciária numa operação desencadeada esta segunda-feira. 

O homem, que trabalhou para aquele ramo das Forças Armadas como contratado e fazia serviço no paiol, tendo neste momento acabado de entrar para a GNR, foi ouvido esta quarta-feira no Campus da Justiça, em Lisboa, pelo juiz de instrução criminal João Bártolo. Vai ficar em prisão preventiva e, segunda a agência Lusa, está indiciado pelo crime de "terrorismo internacional". Ter-lhe-ão sido oferecidos 30 mil euros pelas informações. 

Cinco dos oito detidos na segunda-feira ficaram presos preventivamente. O Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa determinou que os restantes três ficassem em liberdade, informou um dos advogados. Carlos Melo Alves disse à agência Lusa que, dos arguidos que saem em liberdade, dois estão sujeitos a termo de identidade de residência e um fica proibido de se ausentar do país ou contactar com outros arguidos. Ao que o PÚBLICO apurou, estes suspeitos não terão participado directamente no roubo, apenas tendo dado apoio logístico aos cúmplices que foram ao paiol. 

"Estão indiciados por participar no furto de Tancos, embora nenhum esteja indiciado por terrorismo internacional", afirmou o mesmo advogado. Nenhum dos oito homens interrogados admitiu até agora ter participado no roubo. 

A Polícia Judiciária deteve na segunda-feira oito pessoas e realizou dezenas de buscas na zona Centro e Sul do país no âmbito do caso Tancos, por suspeitas de crimes de associação criminosa, furto, detenção e tráfico armas. Neste inquérito investigam-se as circunstâncias em que ocorreu o furto de material de guerra, entre a noite do dia 27 e a madrugada do dia 28 de Junho de 2017, no paiol de Tancos.

Grande parte do material foi devolvido, num reaparecimento encenado na Chamusca, mas entre aquele que continua em falta estão quase 1500 munições de nove milímetros – o material claramente mais vendável –, tal como cinco granadas e várias cargas de explosivos. Pelo menos é essa a contabilidade feita pelos militares do Exército. Mas como o inventário deste material não se encontrava actualizado, torna-se difícil ou mesmo impossível saber o que foi ao certo roubado. 

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