PCP: "Geringonça", mas "não qualquer preço" na Madeira

Comunistas reúnem este fim-de-semana em congresso, para preparar ano eleitoral. Edgar Silva, que tem coordenado o partido nos últimos 18 anos, mantem tabu sobre recandidatura.

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Nuno Ferreira Santos

Disponível para continuar na direcção regional do PCP-Madeira, mas sem se comprometer, para já, com mais quatro anos como coordenador dos comunistas no arquipélago. Edgar Silva chega este sábado ao X Congresso Regional do partido, que decorre este fim-de-semana no Funchal, com três ideias chave: mudar a natureza das políticas, identificar problemas e contrapor com propostas, e renovar a cúpula partidária.

O primeiro objectivo deste congresso é essencialmente afirmar a ideia de que não basta mudar uns por outros no comando da política de direita. É preciso alterar a natureza das políticas”, sintetiza Edgar Silva ao PÚBLICO, que quer o PCP “mais forte” para responder aos desafios da região autónoma.

O congresso, que vai contar com a presença do secretário-geral, Jerónimo de Sousa, na sessão de encerramento de domingo, começa um dia depois de uma sondagem da Intercampus para o JM-Madeira, colocar o PS de Paulo Cafôfo quase seis pontos à frente do PSD de Miguel Albuquerque, que governa a região. Os dois longe de uma maioria absoluta. Edgar Silva considera “prematuro” falar de coligações ou geringonças, porque tudo irá depender da “correlação de forças” no parlamento, que resultar das regionais do próximo ano. O PCP não fecha a porta de um acordo à esquerda, mas avisa: “Não a qualquer preço. Não dispensando a identidade do partido”.

Também sobre o futuro da coordenação do partido na Madeira, Edgar Silva mantem o tabu. Garante estar disponível para continuar a integrar a direcção do PCP na região, mas sobre a continuidade na liderança, posição que ocupa desde 2000, vai repetindo que “está tudo em aberto”. Só o congresso, explica, vai decidir.

“Outro dos objectivos dos trabalhos deste fim-de-semana é o rejuvenescimento, a renovação da direcção. Também por isso está tudo em aberto”, sustenta, adiantando que o congresso terá também a preocupação de “identificar” os grandes problemas do arquipélago, e “contrapor” com propostas concretas que os resolvam.   

O X Congresso Regional do PCP arranca este sábado às 10 horas numa unidade hoteleira no Funchal, e termina domingo, com a sessão de encerramento marcada para as 12 horas, com intervenções do coordenador regional eleito e Jerónimo de Sousa.

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