Num duelo entre treinadores sob pressão, ao Benfica resta vencer

A quatro pontos do Ajax e a seis do Bayern Munique, os “encarnados” têm de ganhar esta noite na Allianz Arena para continuarem na luta por um lugar nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões.

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No jogo da primeira mão entre o Benfica e o Bayern Munique, no Estádio da Luz, os germânicos venceram Reuters/RAFAEL MARCHANTE

As contas são simples de fazer e elucidativas da complicada posição em que o Benfica se encontra antes de disputar a 5.ª jornada do Grupo E da Liga dos Campeões: apenas um triunfo por mais de um golo de diferença garante que os “encarnados” saem de Munique ainda com hipóteses de apuramento para os oitavos-de-final da Champions sem terem que esperar pelo resultado do Ajax, na Grécia. Apesar de se encontrar numa posição mais cómoda na prova do que Rui Vitória – um empate garante aos bávaros a qualificação -, o croata Niko Kovac, tal como o técnico benfiquista, está a ser contestado pelos adeptos e sob forte pressão após três jornadas consecutivas sem ganhar na Bundesliga.

Apenas uma vitória nos últimos 11 jogos disputados na Liga dos Campeões fizeram com que o Benfica caísse em duas épocas do 6.º para o 23.º lugar do ranking da UEFA, atrás de clubes como Shakhtar Donetsk, Dínamo Kiev ou Besiktas. Mas Rui Vitória terá nesta terça-feira, em Munique, uma oportunidade quase única para inverter o medíocre rácio de resultados e manter o Benfica na luta por um lugar entre os 16 melhores clubes da prova.

Com dois empates nos dois últimos jogos em Munique, frente aos modestos Friburgo e Fortuna Düsseldorf, e uma derrota em Dortmund contra o rival Borussia, o Bayern caiu no passado sábado para o 5.º lugar na Bundesliga, a nove pontos do líder Borussia Dortmund – na época passada o cenário era precisamente o inverso.

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O pior arranque de campeonato dos bávaros desde 2010-11, quando sob o comando de Louis van Gaal o Bayern era 6.º classificado após 12 jornadas, motivou um primeiro voto de confiança de Uli Hoeness, presidente dos campeões germânicos, a Kovac, mas o jornal sensacionalista Bild noticiava nesta segunda-feira que os dirigentes do Bayern já iniciaram contactos com o francês Arsène Wenger, que recentemente revelou que pretende voltar ao activo a partir de Janeiro.

O mau momento do Bayern de Kovac pode justificar-se pela contestação interna – a revista Kicker noticiou que Hummels, Robben, Ribery e Müller defendem a saída do treinador croata -, mas não só. No passado sábado, após empatar no Allianz Arena, Friedhelm Funkel, técnico do Fortuna Düsseldorf, foi corrosivo nas críticas que deixou à “muito, muito vulnerável” defesa do Bayern, direccionando o ponto de mira para um internacional alemão: “No momento de forma que atravessa, nenhum treinador no mundo devia permitir que o Boateng jogasse.”

Apesar das fragilidades defensivas deste Bayern serem conhecidas - 17 golos sofridos em 12 jornadas - e de o Benfica estar obrigado a vencer, Rui Vitória não deverá repetir a fórmula da última partida. Na passada sexta-feira, contra o Arouca, o treinador ribatejano resgatou o 4x4x2, o sistema táctico utilizado nas duas épocas em que se sagrou campeão pelo Benfica, mas em Munique os “encarnados” devem regressar ao 4x3x3, com Jonas (terminou o jogo da Taça de Portugal com dificuldades físicas) ou Seferovic na frente do ataque.

De fora dos convocados, por opção de Rui Vitória, voltou a ficar Facundo Ferreyra, o que reforça o cenário de saída do avançado argentino em Janeiro, enquanto Salvio falha o duelo na Baviera por estar a recuperar de uma lesão muscular na parede abdominal.

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