“Árvores não são eternas”, diz Rui Moreira

Em Antunes Guimarães há 55 lódãos que vão ser retirados e substituídos por novas árvores, explicou o presidente da Câmara do Porto.

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Ao abate de árvores na Avenida da Boavista vai seguir-se uma intervenção no pavimento André Rodrigues

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, explicou na noite desta segunda-feira a operação de abate de árvores nas avenidas da Boavista e de Antunes Guimarães. O corte de árvores na Boavista já levou a um protesto público, por parte do Fórum Cidadania Porto. O autarca explicou as razões do corte e deixou um aviso: “As árvores não são eternas”.

A questão foi levantada na Assembleia Municipal por Bebiana Cunha, do PAN – Pessoas Animais Natureza. “As pessoas foram devidamente informadas? Considera que não havia outra solução? Sei que na Boavista estamos a falar de árvores cuja plantação há 15 anos não foi bem-sucedida…”, disse a deputada municipal.

Rui Moreira explicou que os dois casos são “diferentes”. Na Avenida da Boavista, durante a tempestade Leslie caíram três árvores “que só não mataram pessoas por mero acaso”, disse o autarca. Segundo a página da internet da própria autarquia, esta intervenção pretende também “corrigir a faixa de rodagem, retirando as lombas provocadas pelas árvores com raízes superficiais”. Uma situação a que o presidente da câmara também se referiu na sessão da AM de segunda-feira à noite.

Já na Avenida de Antunes Guimarães, Rui Moreira lembra que uma árvore também caiu ali “de forma estranha, como se não tivesse raízes”. Segundo uma avaliação entretanto feita, os serviços concluíram que uma intervenção feita na zona pela empresa Águas do Porto, ao nível das infra-estruturas, tinha interferido com os lódãos que existem naquela artéria, e que todos estavam desenraizados e prontos a cair”. As árvores vão ser abatidas e substituídas por outras.

Segundo o site da autarquia, 55 lódãos vão ser retirados de Antunes Guimarães, numa intervenção que tem a data de 12 de Dezembro. A justificação apresentada prende-se com a “detecção de situações sanitárias preocupantes que sem qualquer tipo de sintomatologia visível exteriormente, apresentaram ao nível do seu sistema radicular problemas sanitários graves que conduziram a queda dos exemplares e muitas vezes a realização de abates de carácter urgente”. A isto associam-se “as constantes agressões que as árvores foram sofrendo ao longo dos últimos dez anos, causadas pelas intervenções em termos de infra-estruturas e consequente abertura de valas na área dos passeios e corte das suas raízes, comprometendo desta forma a estabilidade dos exemplares. Na mesma página lembra-se que da queda destas árvores “resultaram danos em propriedade privada, colocando em risco pessoas e bens”.

O abate de árvores na cidade já levou o Fórum Cidadania Porto a protestar publicamente e a reclamar “outra postura” da autarquia. Exigem a criação de um Regulamento Municipal do Arvores do Porto, um cadastro “fidedigno” das árvores e aberto à participação dos cidadãos e a celebração de um protocolo com instituições externas à câmara para “acompanhamento permanente das árvores e dos maciços arbóreos considerados mais valiosos”.

Na sessão da AM, Rui Moreira referiu que na página da internet do município estão listadas todas as árvores de interesse público na cidade e que no mesmo local é possível saber todas as intervenções em curso ou a realizar no futuro próximo, relacionadas com podas ou abates.

Esta terça-feira, anunciava-se, além da intervenção para Antunes Guimarães, o abate de três árvores na Avenida dos Combatentes, marcado para o dia 30 de Novembro. Em causa estão três plátanos que, segundo os serviços da autarquia, estão doentes e terão, por isso, de ser retirados.

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