MNE esclarece "rol de incorrecções" sobre chefe de gabinete do ministro da Defesa

Depois dos esclarecimentos de Augusto Santos Silva, João Gomes Cravinho confirmou que a confiança que tem no seu chefe de Gabinete é plena. "Ele é chefe de gabinete e, portanto, tem a minha confiança", concluiu.

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Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros LUSA/RODRIGO SURA

O ministro dos Negócios Estrangeiros esclareceu esta segunda-feira, em Bruxelas, o que classificou como "um rol de incorrecções" relativamente à actuação do antigo cônsul em São Paulo, e actual chefe de gabinete do ministro da Defesa, Paulo Lourenço.

Questionado sobre a investigação do Ministério Público ao antigo cônsul em São Paulo, noticiada no domingo pelo jornal Correio da Manhã, Augusto Santos Silva começou por salientar que desconhece "em absoluto seja o que for sobre inquéritos judiciais em curso", apontando que aquilo que pode dizer, enquanto ministro dos Negócios Estrangeiros, é que Paulo Lourenço desempenhou as suas funções de cônsul "com brilho", não foi alvo de qualquer processo disciplinar, não geriu qualquer conta bancária do consulado, nem tão pouco tratou de vistos 'gold'.

Apontando que apenas tem conhecimento da investigação porque leu na imprensa de domingo "que o Ministério Público tinha respondido afirmativamente, que havia um inquérito em curso", Santos Silva afirmou que aquilo que pode dizer, enquanto ministro dos Negócios Estrangeiros, é "repor a verdade", começando por esclarecer que "o anterior cônsul-geral em São Paulo, Paulo Lourenço, actual chefe de gabinete do ministro da Defesa Nacional, não foi chamado a Lisboa antes do tempo".

"Eu gosto que nós tenhamos opiniões fundadas em factos e os factos são estes: no que diz respeito ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, o ministério não desencadeou nenhum processo disciplinar em relação a essa personalidade. Essa personalidade não geriu pessoalmente seja que conta fosse do consulado que dirigiu. Não foi chamado antes do tempo. Desempenhou as suas funções, aliás, com brilho conhecido e público. Foi colocado quando regressou a Lisboa, estava em processo de colocação. Nem tratava de vistos 'gold', visto que os cônsules não tratam de vistos 'gold', nem o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras pediu fosse o que fosse", declarou.

Santos Silva sublinhou que, "portanto, o rol de incorrecções é bastante grande, como é aliás costume nestes casos, infelizmente".

Confiança total

Pouco depois, o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, afirmou também em Bruxelas que tem "plena confiança" no seu chefe de gabinete. "Eu não tinha conhecimento, ele não tinha conhecimento. O Ministério dos Negócios Estrangeiros já fez o esclarecimento que tinha a fazer. O Ministério Público também indicou que não há arguidos. Portanto, acho que não há mais nada a acrescentar sobre essa matéria", afirmou.

O ministro falava aos jornalistas à saída de um encontro com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, no quartel-general da Aliança Atlântica, em Bruxelas.

Questionado sobre se mantém a confiança no seu chefe de gabinete, João Gomes Cravinho confirmou que assim é, afirmando que "a confiança é plena". "Ele é chefe de gabinete e, portanto, tem a minha confiança", concluiu.

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