Morreu um talento do jazz, o trompetista Roy Hargrove

Gravou álbuns a solo, tocou com músicos como Oscar Peterson, Herbie Hancock ou Sonny Rollins, e colaborou com D’ Angelo e Erykah Badu, entre outros. Tinha 49 anos.

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Roy Hargrove DR

O trompetista americano Roy Hargrove, um talento precoce, presença frequente nos festivais de jazz europeus, com um percurso a solo, mas também conhecido por tocar ao lado de figuras do jazz como Oscar Peterson, Herbie Hancock, Sonny Rollins ou Jackie McLean, e colaborado com personalidades de vulto da música soul como D’ Angelo ou Erykah Badu, morreu esta sexta-feira, aos 49 anos, em Nova Iorque, foi comunicado no sábado, na página do Facebook. O música sofria de uma doença renal crónica, tendo morrido devido a uma paragem cardíaca.

A página do Facebook cita o seu empresário de longa data, Larry Clothier. "Um dos músicos mais respeitados e amados da nossa comunidade de Nova Iorque e do mundo, um trompetista pioneiro, vencedor de Grammys, tão conhecido pela sua intensidade como pelas lindas baladas", dizia a mensagem. "Cada vez mais o seu som atestava e santificava o seu profundo amor pela música. O seu timbre desinteressado cobria a orla de cada paisagem musical. Com a sua música, o seu som, Roy inspirou gerações de músicos", é dito também.

Descoberto pelo músico Wynton Marsalis quando era ainda um jovem estudante, nos anos 1980, Hargrove começou a sua carreira há 30 anos, tendo frequentando a Universidade de Música de Boston e lançado o seu primeiro álbum, Diamond in the Rough, em 1990. Logo aí encontrou os seus pares, músicos que gostavam de experimentar novas linguagens, como o saxofonista Antonio Hart ou o baixista Christian McBride.

Na viragem do século, esteve muito associado ao movimento neo-soul, desenvolvendo um projecto híbrido chamado RH Factor, que transitava entre o bebop, o hip-hop e os blues. Nesse sentido, o seu disco mais conhecido chama-se Moment to Moment (1999), composto por uma série de temas interpretados no mais delicado estilo Chet Baker, com acompanhamento de cordas. Para além desse seu percurso a solo, ao longo dos anos contribuiu com o seu talento para álbuns de artistas como D’ Angelo (Voodoo, de 2000; e Black Messiah, de 2014), Erykah Badu ou Common.

Roy Hargrove venceu dois Grammys – em 1998, como Melhor Performance de Jazz Latino por Habana, e em 2003, como Melhor Instrumental de Jazz com Directions in Music – e continuou a gravar e a tocar até à morte.

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