Tenho dores nos dentes, não posso jogar

Os caminhos improváveis que se usam para recrutar um jogador ou um treinador.

Títulos no currículo? Conhecimento profundo do futebol da Oceânia? Mais de 35 anos de idade? Se a resposta for três vezes sim, então reúne as condições ideais para ser o seleccionador de futebol de Vanuatu, que oferece 28 mil dólares por ano e (dizemos nós) casa na praia.

Os vanuatuenses (vanuatuanos?) meteram um anúncio na internet, que é uma forma tão legítima como qualquer outra de arranjar treinador. Seguramente mais legítima que a do Tudelano, um clube espanhol que se deixou seduzir, não pelas qualidades técnico-tácticas, mas pelo livro de cheques de um escocês e deixou-o pegar na equipa. Mas os problemas foram “muchos” e a aventura só durou dois meses.

Não há uma forma de um clube ou uma selecção chegar um jogador ou a um treinador. Há várias. Mas aqui no Planisférico não falamos de coisas tão normais como scouting ou o recurso à carteira de clientes de um determinado empresário. Falamos dos tempos soviéticos do Spartak Moscovo que meteu um britânico a jogar a central com um nome falso, falamos da equipa que encontrou um goleador heróico por causa do teletexto e falamos daquele jogador que tinha nome de craque e conseguiu andar 20 anos sem jogar a dizer que tinha dores de dentes.

E Freddy Adu? Fez a sua melhor época nos últimos dez anos, 16 jogos na mesma temporada, com um golo, uma assistência e um cartão amarelo. Será suficiente para lhe renovarem o contrato?

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