Cavalo com vírus do Nilo detectado em Viana do Alentejo

A Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária accionou Plano de Vigilância da Febre do Vírus do Nilo Ocidental e estabeleceu "um círculo de vigilância com um raio de 20 quilómetros em redor do caso detectado".

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Adriano Miranda

Um cavalo com Febre do Nilo Ocidental (FNO) foi detectado em Viana do Alentejo, revelou nesta sexta-feira à agência Lusa a Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), que adoptou medidas e monitoriza a situação, tal como a Autoridade de Saúde Pública.

Questionada pela Lusa, a DGAV, através de e-mail enviado pelo Ministério da Agricultura, explicou que o caso de FNO "foi confirmado" num equino naquele concelho do distrito de Évora.

"O caso foi diagnosticado através de análises laboratoriais efectuadas no Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, após suspeita clínica de possível infecção", indicou a DGAV.

Também a Federação Equestre Portuguesa (FEP), na sua página na Internet, já tinha revelado ter sido informada pela DGAV da confirmação deste caso de FNO e alertou "todos os médicos veterinários", assim como "proprietários de cavalos e cavaleiros", para a situação.

Nos esclarecimentos prestados à Lusa nesta sexta-feira, a DGAV realçou ter accionado o Plano de Vigilância da Febre do Vírus do Nilo Ocidental e estabelecido "um círculo de vigilância com um raio de 20 quilómetros em redor do caso detectado".

"Dentro deste perímetro, foram identificados os cavalos existentes, que estão a ser examinados clinicamente no sentido de detectar sinais compatíveis com a FNO", mas, não obstante estes trabalhos em curso, "até ao momento não foram identificadas novas suspeitas", frisou.

Picada de mosquito

A FNO, explicou o organismo, "não se transmite por contacto directo entre cavalos, mas sim através de picadas de mosquitos infectados", sendo as aves selvagens "os hospedeiros primários do vírus".

Os equinos e os seres humanos "são considerados hospedeiros finais do vírus e podem ser infectados acidentalmente, através de picadas de mosquitos" infectados, mas não transmitem "a doença entre si", destacou a DGAV, indicando ter alertado a Autoridade de Saúde Pública.

Contactado pela Lusa, o médico Agostinho Simão, um dos delegados de Saúde do Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Central (ACES AC), afirmou estar a acompanhar a situação, "em articulação com os serviços veterinários", mas realçou tratar-se de uma doença "de evolução benigna".

"Não há motivo para alarme"

"Tanto nos cavalos, como nas pessoas, é uma doença com uma evolução benigna e com um risco de complicação com uma incidência muito baixa", pelo que "não há motivo para alarme, está tudo controlado", tranquilizou o delegado de Saúde.

Ainda assim, Agostinho Simão assinalou ter entrado "em contacto com todos os colegas de medicina geral e familiar" das unidades de Saúde que "fazem parte do ACES AC" para os "alertar que, se aparecerem algumas suspeitas ou eventuais casos, devem reportá-los imediatamente".

"Os serviços de veterinária têm tudo monitorizado e estão a fazer um procedimento que nós também poderíamos fazer, que é, no terreno, identificarem qualquer" local "eventual criador de mosquitos", como "poças de água ou charcos e, quando encontram uma situação dessas, aplicam produtos para os matar", frisou o médico.

Em Portugal, revelou a DGAV, têm sido registados focos de FNO desde 2015, ano em que foram detectados oito casos, seguindo-se seis em 2016, um em 2017 e, este ano, apenas este em Viana do Alentejo, sendo que, "em regra, os cavalos recuperam da doença".

Como prevenção, a DGAV aconselha diversas medidas aos proprietários de equídeos, como proteger os animais da exposição aos mosquitos, utilização de repelentes de insectos quando estiverem recolhidos e insecticidas nos locais adjacentes às instalações, eliminação de águas estagnadas e vacinação, entre outras.

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