Remodelações “são tanto mais eficazes quanto mais surpreendentes”

Não devem ser comentadas “nem antes, nem durante, nem depois”, diz Marcelo Rebelo de Sousa sobre as remodelações, parte do “respirar natural da democracia”.

Marcelo esteve no concelho de Oliveira de Frades depois de dar posse aos novos ministros
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Marcelo esteve no concelho de Oliveira de Frades depois de dar posse aos novos ministros LUSA/NUNO ANDRÉ FERREIRA
Presidente da República visitou duas fábricas
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Presidente da República visitou duas fábricas LUSA/NUNO ANDRÉ FERREIRA
Concelho foi afectado pelos incêndios de Outubro de 2017
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Concelho foi afectado pelos incêndios de Outubro de 2017 LUSA/NUNO ANDRÉ FERREIRA

O Presidente da República classificou a remodelação governamental como o “respirar natural da democracia” e disse que as mudanças nos executivos não devem ser comentadas pelo chefe de Estado “nem antes, nem durante, nem depois”.

“As remodelações têm esse encanto. Fazem-se de modo discreto e são tanto mais eficazes quanto mais surpreendentes”, disse Marcelo Rebelo de Sousa à margem de uma visita a empresas de Oliveira de Frades que arderam nos incêndios de Outubro de 2017. O Presidente falava já depois de, em Lisboa, ter dado posse aos novos titulares das pastas da Defesa, da Economia, da Saúde e da Cultura (e ainda ao reconduzido ministro do Ambiente, que passa também a ter a pasta da Transição Energética).

Marcelo Rebelo de Sousa disse não ter ficado surpreendido com a decisão do Governo e acrescentou que faz parte da lógica das remodelações ocorrerem “como o respirar natural da democracia”, que é “o regime das surpresas”.

“Não sei o que seja uma remodelação não secreta. Imagine o que será, de repente, alguém querer fazer uma remodelação e anunciar: eu vou fazer uma remodelação daqui a ‘x’ dias. Eu diria que há uma forte probabilidade de não fazer remodelação nenhuma”, comentou a propósito de títulos que disse ter lido e que davam conta de que o Governo teria feito as mudanças em segredo.

O Presidente da República fez questão de frisar por diversas vezes que já não era da sua competência fazer comentários, muito menos sobre os novos rostos do Governo. “As instituições continuam, as pessoas passam. Em cada momento, quem parte vê, naturalmente, reconhecido o seu contributo para a obra comum. Quem chega, chega com uma nova dinâmica, criatividade, para tentar dar o seu contributo”, referiu, lembrando que em democracia, “ninguém é eterno, nem Presidentes, nem chefes de Governo, nem ministros, nem deputados - o que é bom”, sustentou.

Na opinião de Marcelo Rebelo de Sousa, a riqueza da democracia está, precisamente, em “haver surpresas”. “E nós descobrimos que os empresários são melhores do que se pensava, que os trabalhadores são melhores do que se pensava e que as instituições se renovam naturalmente”, disse o Presidente da República, fazendo já a ligação entre a remodelação e a empresa de madeiras que estava a visitar, que um ano depois de ter ardido não só está a reerguer-se como adquiriu novas instalações.

“A vitalidade da democracia reside na capacidade de enfrentar com imaginação os desafios novos”, reforçou o chefe de Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa está a fazer uma visita de dois dias aos concelhos do distrito de Viseu afectados pelo fogo do ano passado. Em Oliveira de Frades, passou por empresas da zona industrial que em Outubro de 2017 foi praticamente consumida pelas chamas. Para esta terça-feira estão previstas passagens por Vouzela, Nelas e Tondela.

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