João Lourenço traçou prioridades: combater a impunidade, reforçar a "diplomacia económica" e apostar na agricultura

O Presidente de Angola traçou os seus objectivos mais imediatos no discurso sobre o EStado da Nação que fez no parlamento de Luanda.

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João Lourenço foi recebido em Pequim por Xi Jinping a 9 de Outubro EPA

O Presidente de Angola, João Lourenço, fez nesta segunda-feira o discurso sobre o Estado da Nação no parlamento de Luanda, onde disse disse que é essencial combater "o sentimento de total impunidade" que se apoderou do país. Sublinhou que é tarefa do seu governo pôr "freio" à situação porque ninguém é "privilegiado" perante a lei. 

Lourenço disse também que começam a estar criadas condições para, em poucos anos, Angola se tornar num lugar importante em África e no mundo no que diz respeito à transparência e à luta pelo bem-estar dos cidadãos, diz o angolano Novo Jornal.

O Presidente angolano mencionou as visitas que tem feito ao estrangeiro (entre elas a França e à China, e também a Portugal), falando numa "verdadeira diplomacia económica" que visa "reforçar as relações de amizade e de cooperação e o investimento estrangeiro" em Angola. 

Lourenço considerou que o desenvolvimento da agricultura é um "imperativo nacional", para garantir a auto-suficiência alimentar e reduzir as importações e os gastos em divisas. Apelou ao investimento no sector agrícola, lembrando as vantagens para o desenvolvimento económico de Angola fora da esfera petrolífera.

No quadro do Programa de Desenvolvimento Nacional até 2022, com grande parte dos financiamentos disponíveis, João Lourenço lembrou as oportunidades de exploração agrícola existentes no país, sobretudo nas zonas rurais, salientando que a aposta vai também ajudar no combate à pobreza e à criação de emprego, garantindo, paralelamente, melhor qualidade de vida às populações.

Nesse sentido, lembrou que estão em curso programas integrados de desenvolvimento local, que, a par de reformas no plano social e educacional, trarão benefícios a médio e longo prazos para as populações mais desfavorecidas.

Na educação, o Presidente angolano destacou os esforços do Governo na criação de condições para melhorar o ensino em Angola, quer através da aprovação do Estatuto da Carreira Docente, quer no estabelecimento das novas regras de procedimento para 20 mil novos professores, quer ainda na construção de novas escolas e na recuperação de outras.

Medidas idênticas estão a ser tomadas no sector da Saúde, estando aberto o concurso para a inserção de sete mil novos médicos e enfermeiros, a par dos 33 projectos em 13 províncias que vão permitir construir ou renovar hospitais.

Na área do ambiente, Lourenço destacou as novas medidas de protecção da biodiversidade relacionadas com espécies em vias de extinção que, sendo símbolos nacionais, necessitam de ser revitalizadas, como a palanca negra gigante, o elefante, o hipopótamo e o rinoceronte.

O chefe de Estado angolano lamentou ainda a "degradação precoce" de algumas infra-estruturas desportivas criadas recentemente, numa alusão aos estádios de futebol construídos para a Taça de África das Nações, competição que Angola acolheu em 2010, bem como de vários pavilhões multiúsos, apelando a "contribuições" da sociedade civil e empresarial para que possam ser recuperados e revitalizados.

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