O goleador polaco de quem toda a gente fala (e que não é Lewandowski)

Krysztof Piatek chegou ao Génova no último Verão, é o primeiro desde Batistuta a marcar nos primeiros sete jogos da temporada na Série A e já marcou o triplo dos golos de Ronaldo.

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Piatek, nove golos nos primeiros sete jogos na Série A italiana LUSA/SIMONE ARVEDA

No futebol moderno, quando não há dinheiro, é preciso ter astúcia e alguma sorte. Apenas uma minoria de clubes pode pagar dezenas de milhões por jogadores que são certezas e esses não precisam de arriscar em desconhecidos. No mesmo mercado em que Cristiano Ronaldo chegou à Juventus por 100 milhões de euros, outro avançado chegou à Série A por bem menos (quatro milhões) e com muito poucas referências. Krysztof Piatek nem sequer detinha o estatuto de melhor marcador da Polónia quando aterrou no Génova. E, enquanto Ronaldo ainda se está a ambientar ao futebol italiano, o avançado polaco só precisou de dois minutos para marcar o primeiro dos 13 golos que já leva nesta época.

Os números mostram bem o início espectacular que Piatek está a ter em Génova, onde tem a companhia dos portugueses Pedro Pereira e Iuri Medeiros. Marcou sempre que jogou (13 golos em oito jogos), marcou quatro no seu jogo de estreia (na Taça de Itália, frente ao Lecce) e é o melhor marcador da Série A, com nove golos em sete jogos — Ronaldo tem quatro com a camisola da Juventus.

E é preciso recuar mais de 20 anos no tempo para encontrar alguém que tenha marcado nos seus sete primeiros jogos da Série A. Em 1994-95, o argentino Gabriel Batistuta marcou nos 11 primeiros jogos que fez ao serviço da Fiorentina, acabando essa temporada com 26 golos. O registo de Piatek na Série A é, ainda, o melhor entre os “Big Five” do futebol europeu — Hazard (7) lidera os goleadores da Premier League; Mbappé e Neymar (8) partilham o comando na Ligue 1; Stuani (8) e Alcácer (6) são, respectivamente, os máximos goleadores em Espanha e na Alemanha.

Piatek andava fora do radar de toda a gente, incluindo do próprio seleccionador da Polónia, que ainda o incluiu numa lista provisória de 35 nomes para o Mundial 2018, mas acabou por deixá-lo de fora dos 23 que foram à Rússia, apesar de duas épocas produtivas no Cracóvia. Depois de ter dado os primeiros passos no futebol ao serviço do Lechia Dzierzoniów, na cidade natal, foi na equipa da terra de João Paulo II que o Génova o foi descobrir e arriscou quatro milhões que agora parecem uma pechincha incrível, tendo em conta o rendimento deste avançado de 23 anos, que, em 2015, ainda andava pela II divisão do seu país.

Agora já está no radar de toda a gente. A imprensa internacional já fala do interesse da Juventus, do Chelsea e até do Barcelona. “Ouvi dizer que o Barcelona está interessado, mas não acredito”, limitou-se a dizer o avançado polaco, que irá defrontar a selecção portuguesa na Liga das Nações.

Piatek não é o primeiro goleador a brilhar a grande altura numa grande Liga europeia vindo directamente da Polónia. O maior exemplo das últimas décadas é, naturalmente, Robert Lewandowski, recrutado pelo Borussia Dortmund ao Lech Poznan, e com impacto imediato na Bundesliga, fazendo parte daquela equipa de Jurgen Klopp que conquistou dois títulos consecutivos e foi finalista da Liga dos Campeões. Primeiro no Dortmund e depois no Bayern Munique, Lewandowski tornou-se num dos melhores avançados da actualidade.

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