Alexandre Silva abre em 2019 restaurante baseado no fogo

Com "tachos de ferro" e "animais inteiros no espeto", o Fogo está longe do fine dinning do Loco mas próximo da tradição portuguesa, diz o chef.

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Alexandre Silva no espaço do Fogo, ainda em obras Paulo Barata

Do Loco ao Fogo – Alexandre Silva anunciou que no início do próximo ano irá abrir um novo restaurante, em Lisboa, em que tudo será cozinhado com fogo. À frente do Fogo, situado na Avenida da República, ficará Manuel Liebaut, que é actualmente o responsável pelo I+D, o departamento de onde saem as ideias mais loucas do Loco. Ao seu lado, estará Ronald Sim, actual sous-chef do Burnt Ends, o restaurante de Dave Pynt, em Singapura (actual número 10 na lista dos 50 Melhores Restaurantes da Ásia).

De acordo com o comunicado de imprensa que anuncia a abertura do novo projecto de Alexandre Silva, “o Fogo não é para meninos: tachos de ferro, alguns com mais de 100kg, animais inteiros no espeto”. Para isso, o próprio Alexandre desenhou um espaço de fogo aberto, com quatro metros, e o restaurante terá “um forno a lenha que pesa duas toneladas, grelhadores, placas francesas e utensílios que permitem assar animais inteiros, tudo à vista dos clientes”.

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Manuel Liebaut será o chef residente do Fogo Paulo Barata

Três grelhas permitirão elaborar diferentes produtos, usando em cada caso o tipo de lenha mais adequado para conferir o aroma e sabor pretendidos. A cozinha será portuguesa – aliás, diz Alexandre, “Portugal tem uma enorme tradição no que respeita à cozinha com fogo, mas nunca foi elevada até onde merece” – com cozido, cortes do dia (o objectivo é conseguir o aproveitamento de todas as partes do animal), chanfana, borrego, leitão, peixe assado no forno, mariscos.

O comunicado nota que se trata de um tipo de cozinha diferente do fine dining que Alexandre trabalha no Loco (e com o qual conquistou uma estrela Michelin). Mas é algo que lhe é bastante familiar. “Mesmo antes de ser cozinheiro, sempre estive habituado a lidar com o fogo. Lá em casa cresci a ver a minha mãe e os meus avós a fazerem sopas e guisados à volta dele”, afirma o chef.

O espaço, que terá 70 lugares, foi trabalhado pelo arquitecto João Tiago Aguiar (o mesmo do Loco), sempre tendo o fogo como inspiração e usando, para isso, madeira queimada, rocha vulcânica dos Açores, ferro e algumas plantas. Ainda segundo o comunicado, a ideia é criar “a sensação de que todo o espaço foi ‘varrido’ pelas chamas”. Haverá também um bar com cocktails de autor, igualmente inspirados pelo fogo. 

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