Tribunal paquistanês anula sentença de prisão do ex-primeiro-ministro Sharif Nawaz

Juiz considerou que a acusação não provou, no julgamento, que os apartamentos de luxo em Londres são de Sharif, que tinha sido condenado a dez anos de prisão por corrupção.

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Nawaz Sharif MOHSIN RAZA/Reuters

Um tribunal paquistanês ordenou a libertação do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, dois meses depois de ter começado a cumprir a pena de dez anos de prisão a que foi condenado por corrupção

O tribunal suspendeu a sentença de Sharif e da sua filha, Maryam, detidos pouco antes das eleições de Junho que deram a vitória ao Movimento Paquistanês pela Justiça, do agora primeiro-ministro Imran Khan.

O partido de Sharif, a Liga Muçulmana, é dirigido por um seu irmão.  

A decisão do tribunal surge semanas depois de a mulher do ex-primeiro-ministro, Kulsoom Nawaz, ter morrido de cancro em Londres, onde a família residia até Nawaz e Maryam terem decidido regressar, tendo sido detidos no aeroporto. Aos dois foi permitido assistirem ao funeral. 

Sharif, que foi primeiro-ministro do Paquistão por três vezes e foi afastado pelo Supremo Tribunal, foi considerado culpado de corrupção relacionada com a compra de quatro apartamentos de luxo em Londres. O ex-primeiro-ministro negou as acusações e disse que estas eram motivadas pelas eleições - acusou também o Exército de estar a ajudar Khan a vencer.

Os filhos de Nawaz Sharif estão relacionados com empresas offshore mencionadas nos Panamá Papers, diz a BBC.

Maryam Sharif - que o pai queria que fosse a sua herdeira política e futura líder da Liga Muçulmana -, tinha sido condenada a sete anos de prisão por cumplicidade; o marido desta, Safdar Awan, foi condenado a um ano de prisão por não cooperar com a investigação.

As sentenças também os proibiam de se candidatar a cargos públicos durante dez anos. 

Sharif e a família recorreram e um tribunal superior de Islamabade suspendeu a sentença nesta quarta-feira, argumentando que "a acusação não conseguiu provar que as propriedades pertencem a Nawaz Sharif". Dessa forma, a culpa de Maryam Nawaz também não foi provada, disse o juiz Athar Minallah, citado pela BBC.

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