História a dobrar no regresso a Gelsenkirchen

Efeméride para Casillas, que vai tornar-se o jogador com mais presenças na Champions, e para o FC Porto, que inicia a fase de grupos da prova no terreno do Schalke 04, onde em 2004 se sagrou campeão europeu

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LUSA/FRIEDEMANN VOGEL

Foi há pouco mais de 14 anos: numa cidade alemã com nome difícil de pronunciar, o FC Porto fazia história ao conquistar o título de campeão europeu. Quase década e meia depois, os “dragões” regressam ao palco desse sonho para escrever mais uma página de história. Quando, logo à noite (20h, TVI), a equipa de Sérgio Conceição defrontar o Schalke 04, Iker Casillas vai tornar-se no futebolista com mais participações na Liga dos Campeões. São 20 edições consecutivas a competir entre a elite europeia, uma longevidade sem par.

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Gelsenkirchen já era um local de boas recordações para os portistas, e a efeméride do guarda-redes espanhol reforçará essa memória afectiva. O objectivo principal, sublinharam tanto Conceição como Casillas, é associar o momento duplamente histórico a uma vitória que permita iniciar a fase de grupos da Liga dos Campeões da melhor maneira. “Queremos três pontos, o resto... Se eu tiver a oportunidade de jogar, será bonito, é algo que me deixa orgulhoso. Não pensei nisso até ter chegado aqui”, afirmou Casillas na conferência de imprensa de antevisão da partida, acrescentando: “O tempo passa muito rápido, parece que foi ontem que comecei. Temos de aproveitar e desfrutar destes momentos, porque passam rápido. Estou muito contente pelo que vivi, mas o presente é agora. Todos temos ambição na Champions, temos o sonho de fazer as coisas bem.”

Se, em 2004, Gelsenkirchen representou o desfecho glorioso de uma caminhada, desta vez assinala o início de um percurso que os “dragões” querem tão longo quanto possível. “Queremos fazer as coisas bem e qualificar-nos para a fase seguinte. O que desejamos é dar passos pequenos, firmes, para a pouco e pouco ganhar essa confiança”, sublinhou Casillas, reconhecendo que o FC Porto possa ter algum favoritismo “porque conseguiu conquistar duas Champions na sua história, e porque é, com Real Madrid e Barcelona, a equipa que tem mais participações na prova (23).”

O actual treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, integrava o plantel às ordens de José Mourinho que conquistou a Liga dos Campeões em 2004, mas teve de assistir de fora à final (já tinha alinhado pela Lazio na fase de grupos). “A 26 de Maio de 2004 estava na bancada a ver o jogo, porque não podia ser inscrito. É com enorme felicidade e gosto que ganhei o campeonato, e o grupo de que fazia parte ganhou a Liga dos Campeões. Mas isso é passado”, afirmou o técnico, sem esclarecer se falará da conquista de 2004 na palestra antes do jogo.

“Preparámos o jogo da melhor maneira, percebendo a equipa que temos pela frente. É importante entrar na fase de grupos a ganhar, ainda por cima fora. O Schalke 04 está inserido no campeonato mais competitivo do mundo. Tenho de valorizar a capacidade e qualidade desta equipa. Amanhã [hoje] vai ser um jogo equilibrado e espero que no fim estejamos mais felizes”, acrescentou Sérgio Conceição, sem dar importância ao mau início de época dos alemães (três derrotas em outras tantas jornadas da Bundesliga). “Estamos precavidos para os pontos fortes do Schalke, e também como o treinador do Schalke disse sobre o FC Porto, conhecemos duas ou três fragilidades do Schalke”, concluiu.

Do outro lado, o treinador Domenico Tedesco reconheceu as dificuldades que a sua equipa enfrenta: “A situação não é fácil, isso é óbvio. Mas não estamos em pânico. Aceitamos a situação, o plantel está confortável. Passo a passo, vamos recuperar a nossa força”, garantiu o técnico, descrevendo o FC Porto como “um grande nome do futebol mundial.”

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