Nélson Évora voou para o ouro que lhe faltava

O atleta português conquistou o seu primeiro título europeu, em Berlim, o segundo para atletas portugueses.

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Nélson Évora EPA/FELIPE TRUEBA
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Foi com o seu melhor salto do ano que Nélson Évora conquistou, neste domingo, a medalha de ouro na prova do triplo salto dos Campeonatos Europeus de atletismo. Foram 17,10m que levaram o atleta português, de 34 anos, a alcançar um título que lhe faltava num currículo impressionante e onde, entre muitas outras conquistas, sobressaem o ouro olímpico (2008) e mundial (2007).

Évora tinha-se apurado para a final com a sexta marca entre os participantes, mas tinha a seu favor a experiência e a tendência de se suplantar em grandes competições internacionais. Já este ano o tinha feito, ao chegar ao bronze nos Mundiais de pista coberta, disputados em Birmingham, em Março, apesar de não estar na sua melhor condição física.

O grande adversário do português na luta pelo ouro era o cubano Alexis Copello, que compete há muito pelo Azerbaijão, e o único que tinha chegado a Berlim com uma marca melhor do que a de Évora, na Europa, este ano.

E Copello mostrou a sua qualidade, liderando o concurso durante boa parte do mesmo, graças ao seu segundo salto (16,93m). Só que, a partir desse momento, Copello desconcentrou-se um pouco. Fez dois saltos inválidos e um terceiro em que não melhorou o seu registo.

Foi nesse momento que Évora reagiu. Na sua quinta tentativa, ultrapassou Copello e saltou para a frente com os tais 17,10m — o português foi mesmo o único a atingir a marca dos 17m.

Copello ainda teve uma derradeira hipótese de recuperar a liderança, mas o seu último salto ficou-se nos 16,79m, terminando à frente do grego Dimitrios Tsiámis, que alcançou o bronze com a sua melhor marca do ano (16,78m).

O ouro alcançado por Évora nos Europeus ao ar livre vem reforçar o estatuto do saltador português na história da modalidade, ao atingir as dez medalhas em grandes provas — em Mundiais, surpreendeu todos em Osaca (2007), com o título, e seria depois prata (2009) e bronze (2015 e 2017); em Jogos Olímpicos alcançou o ouro em Pequim (2008); em Europeus indoor foi campeão duas vezes (2015 e 2017); em Mundiais de pista coberta ganhou duas vezes o bronze (2008 e 2018).

Desde 2017 sob a orientação do treinador cubano Ivan Pedroso, após uma carreira construída ao lado do técnico João Ganço, o saltador enfrenta a ponta final da sua carreira com um novo fulgor, ultrapassando uma fase de maior apagamento fruto de lesões graves entre 2010 e 2012.

Esta foi a segunda medalha de ouro de Portugal depois da vitória de Inês Henriques nos 50km marcha, nuns Europeus que terminaram neste domingo, em Berlim, e que no último dia de competição teve ainda a portuguesa Marta Pen em pista (6.ª na final dos 1500m com 4m06,54s) e a estafeta portuguesa nos 4x100m (7.ª e última na final com 39,07s).

Duplantis, nasceu uma nova estrela

O último dia de competição em Berlim fez ainda nascer uma nova estrela no firmamento do atletismo mundial. O sueco Armand Duplantis, com apenas 18 anos, sagrou-se campeão europeu do salto com vara, batendo o francês Renaud Lavillenie, recordista mundial (6,16m). Duplantis passou a mítica barreira dos 6m à primeira, sendo apenas seguido pelo também muito jovem russo Timor Morgunov, algo que Lavillenie já não foi capaz (5,95m). Depois, Duplantis saltou também à primeira 6,05m (recorde mundial sub-20), algo que Morgunov já não foi capaz, conquistando o ouro de forma tão surpreendente quanto inequívoca.

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