Uma inflação cortês

Continuo à procura de uma maneira de apurar qual é a melhor maneira de gastar o tempo, muito ou pouco, que me resta.

Continuo à procura de uma maneira de apurar qual é a melhor maneira de gastar o tempo, muito ou pouco, que me resta.

Como estamos na silly season peço aos leitores que recordem o trabalho já feito, aperfeiçoado pelo sistema de compensação Alvarinho Bruto, contido numa proposta deste comentador.

Este sistema permite que bons pratos atinjam o Santo Graal da nota 8 conforme tenha sido apanhado o ingrediente certo (2 pontos), se tenha desenrascado o possível (1 ponto) ou se tenha cozinhado uma porcaria (zero).

Essa adenda inspira-me a propor outra adenda para incluir o tempo que um prato leva a fazer e a consumir. Há pratos difíceis que são rápidos e pratos fáceis que são morosos. E vice-versa.

Há pratos morosos que se comem rapidamente (um bacalhau com natas, por exemplo) e pratos rápidos que se podem comer devagar. Aqui o que interessa é o tempo que perdemos a prepará-lo. Cozer uma posta desse bacalhau leva-nos pouco tempo de preparação mas, com uma lata de grão escaldado, proporciona-nos um demorado repasto.

O tempo a preparar é mau - quanto menos tempo, melhor. O tempo a usufruir é bom - quanto mais tempo, melhor. Num extremo temos um bom cognac que é só deitar e saborear lentamente. No outro temos os pastéis de bacalhau.

Para simplificar proponho zero para os pratos que levam mais tempo a preparar do que a comer, 1 ponto para aqueles em que está ela por ela e 2 pontos para os magníficos pratos que levam mais tempo a comer do que a preparar.

O Santo Graal sobe assim para 10.

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