Homenagem a Cruzeiro Seixas e mais de 600 obras nos 40 anos da Bienal de Cerveira

O pintor e poeta de 97 anos, nome imprescindível do surrealismo português, será destaque na bienal de Vila Nova de Cerveira, onde serão apresentadas obras de 400 artistas de mais de 30 países.

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O percurso de Cruzeiro Seixas será ilustrado numa exposição de 120 obras que pretende lançar uma nova reflexão sobre o movimento surrealista Manuel Roberto / Publico

Uma homenagem ao artista Cruzeiro Seixas e a apresentação de mais de 600 obras marcam os 40 anos da Bienal de Arte de Vila Nova de Cerveira, que vai voltar a realizar-se em anos pares, anunciou a organização. "O momento é, claramente, de celebração de um êxito conquistado e consolidado ao longo de décadas. Estão todos convidados a participar na inauguração desta edição simbólica, que vai apresentar mais de 600 obras de 400 artistas de mais de 30 países", afirmou o presidente da Fundação Bienal de Arte de Cerveira (FBAC), Fernando Nogueira, citado numa nota à imprensa.

A 20.ª edição da bienal vai ser inaugurada esta sexta-feira, às 15h30, no fórum cultural daquela vila do distrito de Viana do Castelo, numa sessão presidida pelo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues. O evento vai decorrer até 23 de Setembro, com o tema Artes Plásticas Tradicionais e Artes Digitais –? O Discurso da (Des)ordem, "mantendo o formato adoptado desde a primeira edição, em 1978, afirmando-se como um local de encontro, debate e investigação de arte contemporânea, num programa concertado com o ensino superior das artes a nível Europeu".

Segundo a FBAC, que organiza o evento, a homenagem ao pintor Cruzeiro Seixas, "um dos máximos expoentes do surrealismo português", inclui uma mostra retrospectiva da sua obra plástica e poética. "Através das 120 peças em exposição, provenientes de colecções públicas e privadas, será proposta ao público uma nova reflexão sobre o movimento artístico", sustentou a organização. 

De acordo com dados da FBAC, a bienal de arte "mais antiga do país e da Península Ibérica contou, nesta edição, com a inscrição de 437 candidaturas e 717 obras de artistas oriundos de 43 países". No total, "foram seleccionados 162 trabalhos, de 143 artistas, que serão apresentados ao público no Castelo de Cerveira". As obras foram seleccionadas pelo júri do concurso internacional da 20.ª Bienal Internacional de Arte de Cerveira, composto por artistas, investigadores e professores do ensino superior da área da arte contemporânea, entre os quais Albuquerque Mendes, António Olaio, Cabral Pinto, Jaime Silva, Ignacio Barcia Rodríguez, Miguel Carvalhais e Sandra Vieira Jürgens.

O programa da bienal integra ainda projectos curatoriais, artistas convidados, representações de 21 instituições de ensino superior nacionais e estrangeiras, performances, residências artísticas, oficinas, ateliers infantis, conferências e debates, visitas guiadas e espectáculos.

A vila transmontana de Alfândega da Fé é, nesta 20.ª edição, um dos pólos expositivos da Bienal Internacional de Arte de Cerveira, com a mostra XX Artistas na Casa, que começa no sábado e termina a 23 de Setembro. A cumprir 40 anos de existência, o evento volta a alargar o seu âmbito expositivo, apresentando exposições em Alfândega da Fé, no distrito de Bragança, e em Monção, no Alto Minho. No final do ano, o Camões – Centro Cultural Português, em Vigo, na Galiza, acolherá também uma mostra da bienal.

Até Setembro, "decorrerão acções espontâneas de artistas e performances, tanto no interior do fórum cultural de Cerveira como no espaço público, cujo conteúdo será desenhado de uma forma interventiva e em interacção com os visitantes".

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