Ir à Turquia em vantagem foi o melhor que o Benfica conseguiu

Embora não tenham deslumbrado, “encarnados” partem em vantagem sobre o Fenerbahçe para a decisão da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões. Golo de Cervi adiantou equipa de Rui Vitória.

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Jogadores do Benfica festeja o golo da vitória Reuters/RAFAEL MARCHANTE

O Benfica venceu o Fenerbahçe (1-0) e deu um passo em frente na terceira pré-eliminatória de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões. O duelo não ficou resolvido, longe disso – até porque a equipa de Rui Vitória ainda terá de viajar até Istambul para disputar a segunda mão – mas é inegável que os “encarnados” cumpriram com os mínimos e ficaram em posição mais confortável na eliminatória. A julgar por aquilo que mostraram, mas também por aquilo que o adversário não mostrou no Estádio da Luz.

Num jogo que muitas vezes denunciou a fase precoce da temporada que as equipas ainda atravessam, o Benfica foi sempre superior ao emblema turco. Isso foi patente no início da partida, ainda que o domínio “encarnado” se tenha esbatido durante a primeira parte. E foi evidente no segundo tempo, que teve sentido único: a baliza de Demirel. Submetido a intensa pressão, o Fenerbahçe resistiu quanto pôde, mas não conseguiu evitar o golo de Cervi (69’) que colocou a equipa de Rui Vitória em vantagem.

No primeiro jogo oficial da temporada, o técnico do Benfica apostou no “onze” que seria de esperar, incluindo três caras novas. Vlachodimos assumiu a titularidade na baliza, Gedson alinhou no meio-campo, e Ferreyra surgiu como referência atacante. Porém, o argentino foi uma vítima: muito isolado na frente do ataque, sofreu pela falta de apoio. E foi também vítima da comparação com Jonas, o grande ausente da partida (a continuidade do brasileiro na Luz permanece uma incógnita).

Com uma entrada a todo o gás, o Benfica surgiu com perigo junto da baliza de Demirel logo no primeiro minuto da partida. Numa jogada conduzida pela direita, Gedson tentou encontrar Cervi na área, mas nem o argentino (que pareceu ser derrubado por Isla, embora o bielorrusso Aleksei Kulbakov nada tenha assinalado) nem mais ninguém conseguiu fazer o desvio.

Estava dado o mote mas, ainda que o Benfica tenha continuado a mandar na partida, foi preciso esperar por mais situações flagrantes de perigo. Os “encarnados” só voltaram a estar perto do golo aos 32’, num ataque rápido de Cervi pela esquerda: o argentino cruzou, Demirel fez uma defesa incompleta, para a frente, e quando Ferreyra se preparava para encostar, surgiu Skrtel a fazer o corte providencial. O avançado contratado ao Shakhtar Donetsk teria o golo nos pés mesmo antes do intervalo, mas em posição privilegiada permitiu a defesa a Demirel.

O Fenerbahçe, com Phillip Cocu em estreia no banco, ficou-se por ameaças demasiado tímidas. No único lance digno de registo, Giuliano rematou de fora da área, mas fácil para Vlachodimos (24’). E o emblema turco passou a ver a baliza “encarnada” ainda mais ao longe na segunda parte, quando a pressão do Benfica começou a ser mais intensa. A equipa de Rui Vitória empurrou o adversário para a área defensiva, não o deixava respirar, e sentia-se que o golo era uma questão de tempo.

Salvio, com um remate de longe, obrigou Demirel a fazer uma boa defesa. E, aos 69’, o argentino assistiu o compatriota Cervi para o único golo do encontro. Salvio cruzou na direita, a bola atravessou a área sem que ninguém a interceptasse, como se estivesse perdida, mas foi parar aos pés de Cervi, que desferiu um remate forte e contou com a colaboração do guarda-redes turco: Demirel deixou a bola escapar e estava feito o 1-0.

Nada mudou com o golo, o Benfica continuou a comandar e o Fenerbahçe a incomodar pouco. Pizzi e Castillo colocaram Demirel à prova, mas o guardião não vacilou. Do outro lado, a única coisa parecida com um sobressalto para Vlachodimos surgiu já no período de compensação, quando Alici atirou por cima da trave.

Mesmo sem deslumbrar, o Benfica cumpriu o objectivo mínimo e deu o primeiro passo para regressar à fase de grupos da Liga dos Campeões.

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