Prisão perpétua para única sobrevivente de grupo neonazi

Beate Zschäpe pertenceu ao grupo designado Clandestinidade Nacional-Socialista entre 2000 e 2007 e terá estado envolvida em pelo menos dez assassínios.

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Beate Zschäpe durante o julgamento, em Munique Reuters/MICHAELA REHLE

O Tribunal de Munique condenou esta quarta-feira a prisão perpétua Beate Zschäpe, a única sobrevivente de um grupo neonazi pela sua participação numa dezena de assassínios racistas, num caso que chocou a Alemanha.

Após cinco anos de julgamento, o tribunal considerou Zschäpe culpada dos dez ataques do grupo Clandestinidade Nacional-Socialista (NSU) entre 2000 e 2007.

Beate Zschape, 43 anos, estava a ser julgada desde Maio de 2013 pela sua participação em dez assassínios, dois atentados com explosivos contra comunidades estrangeiras e 15 assaltos realizados entre 2000 e 2007 pelo NSU. É a única sobrevivente do trio que formava com Uwe Mundlos, 38 anos, e Uwe Bohnhardt, 34 anos. Em 2011, os dois homens foram encontrados mortos, por tiros, pela polícia que os ia deter.  

O grupo assassinou oito pessoas turcas ou de origem turca, uma grega e uma polícia.

O caso chocou a Alemanha devido ao facto de o trio ter estado activo e impune durante anos, indicando falhas nos serviços de informações internas. Em Setembro de 2016, Beate Zschape rompeu o silêncio após mais de três anos de julgamento para assegurar já não ter “simpatia pela ideologia” nacional-socialista. “Já não julgo as pessoas em função das suas opiniões ou das suas origens, mas em função das suas acções”, disse.

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