Kevin Anderson já tem uma coisa para recordar de Wimbledon

Rafael Nadal, Novak Djokovic e John Isner juntam-se ao sul-africano nas meias-finais do torneio.

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Reuters/ANDREW BOYERS

Numa entrevista concedida em Março, Kevin Anderson apontava as áreas em que necessitava melhorar: “Preciso de acreditar no meu jogo e no processo. Estou a tentar permitir-me sentir mais liberdade no court e acreditar nas minhas capacidades.” Nesta quarta-feira, no court 1 do All England Club, foi bem visível essa maior confiança do sul-africano de 32 anos ao recuperar de 0-2 em sets e salvar um match-point, antes de infligir uma rara derrota a Roger Federer, em Wimbledon.

“Sempre acreditei que tinha isto dentro de mim e é recompensador ver os progressos a tomarem forma”, admitiu Anderson, após eliminar o octocampeão de Wimbledon, por 2-6, 6-7 (5/7), 7-5, 6-4 e 13-11.

Anderson salvou um match-point a 4-5 do terceiro set e salvou três break-points no jogo seguinte antes de ganhar cinco pontos consecutivos para fechar a partida, naquele que seria o ponto de viragem. A servir melhor, o sul-africano forçou o quinto set, no qual, por várias vezes, Federer ficou a dois pontos da vitória. Mas seria o suíço a ceder e da forma mais inesperada; ao fim de mais de quatro horas de jogo, cometeu a sua única dupla-falta no encontro, oferecendo um break-point que Anderson não desperdiçou.

“Senti que ia ser o meu dia. Consegui aguentar o máximo que pude e acabou por ser o meu dia”, disse Anderson, que nunca tinha vencido um set ao suíço nos quatro duelos anteriores. O sul-africano chegou a ocupar o 10.º lugar do ranking durante uma semana no final de 2015, mas as lesões atiraram-no para o 80.º posto. Recuperando gradualmente, Anderson esteve na final do Open dos EUA de 2017 e, em Fevereiro, voltou a Nova Iorque para conquistar o quarto título da carreira e reentrar no top 10. E é como número oito na tabela ATP que o sul-africano se estreia nas meias-finais de Wimbledon, para defrontar John Isner (10.º).

Num encontro em que se registaram 56 ases, o norte-americano de 33 anos foi o único a obter breaks, três, para vencer Milos Raonic (32.º), por 6-7 (5/7), 7-6 (9/7), 6-4 e 6-3, e chegar às meias-finais de um Grand Slam pela primeira vez.

Esta foi a terceira vez em 269 encontros realizados nos Grand Slams que Federer perdeu após ganhar os dois primeiros sets e a primeira desde 2011. “Não sei onde perdi o controlo do encontro; talvez no match-point, talvez no break seguinte. Sabia como é que Kevin joga, não me surpreendeu. Tive as minhas oportunidades mas ele foi consistente, sólido. Mérito dele”, frisou Federer.

A outra meia-final será um clássico. Rafael Nadal e Novak Djokovic vão defrontar-se pela 52.ª vez, a terceira em Wimbledon e primeira desde que o sérvio ganhou a final de 2011.

Dez anos após a épica final em que venceu Federer, o actual líder do ranking voltou a disputar mais um épico encontro com Juan Martin del Potro (4.º), decidido apenas ao fim de 4h47m: 7-5, 6-7 (7/9), 4-6, 6-4 e 6-4. O argentino saiu do court central com a sensação de ter dado tudo o que podia, mas Nadal teve o mérito de anular os cinco break-points que enfrentou no set decisivo.

Djokovic (21.º) regressa às meias-finais de Wimbledon, com boas memórias da última vez, em 2015, em que conquistou o torneio. Apesar de ceder o segundo set a Kei Nishikori (28.º), o sérvio dominou até final, ganhando 10 dos últimos 12 jogos. “Gosto do nível a que estou a jogar. Pelas exibições que tenho feito, mereço estar nas meias-finais”, frisou Djokovic, após a vitória, por 6-3, 3-6, 6-2 e 6-2.

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